2008/01/31

Messenger Unplugged

O contacto desconhecido do msn continua a surpreender todos os cibernautas com frases como esta

é agora é só tomando skol brahma..e vivendo feliz..tatianaa te amo amoreee..


Qual será a frase romântica de amanhã?


  • Se acha que amanhã irá ser uma musica de Tony (abandona)Carreira vote 1


  • Se acha que amanhã irá recitar um poema de Cláudio Ramos vote 2


  • Se acha que vai ser internado de urgencia marque 3


  • Se se encontra a vomitar, extremamente mal disposto, com cólicas e branco na cara face ao ataque que esta frase lhe causou não vote, dirija-se antes ao hospital mais próximo

2008/01/28

Google...

Já toda a gente conhece o profissionalismo da google. Mas hoje estes senhores esmeraram-se...


Uma pizz(?)a bem grande...

Eu já sabia que esta menina gostava de pizsas, mas é sempre bom ter-mos a certeza...

O que é preciso é merda...

Tinha eu feito um post a algum tempo atrás sobre a problemática do palavrão e recentemente descobri (mostrou-me a minha irmã) que não sou o único a achar o palavrão uma diferente forma de arte.

Será google um deus?

http://www.thechurchofgoogle.org/Scripture/Proof_Google_Is_God.html

2008/01/26

With Oden On Our Side

Uma das melhores musicas do ultimo album dos Amon Amarth.

Um comentário para eu...

Olá, hoje venho-vos falar de coisas. Normalmente falo muito, digo pouco e na generalidade acabo sempre por me esquecer das coisas. Que coisas? Muitas, longas, compridas, feias bonitas de todos os feitios. Fui claro? Pronto agora que já captei a vossa atenção com este mergulho pelo mundo do senil já posso passar ao que me fez escrever hoje. O motivo pelo qual assento a minha tão bela e harmoniosa peida num igualmente sumptuoso assento digno da minha pessoa são simplesmente comentários. Mas não se precipitem, não julguem já este tema é por demais desinteressante, leiam tudo e concluam isso somente no final. Eu gosto de ler comentários. Muitas vezes mais do que certos posts em si. Só não gosto de uma pequena parte de comentários, aqueles que começam da seguinte maneira:
  • Eu também...
  • Ah isso fez-me lembrar uma cena que eu...
  • Por falar nisso eu...
  • Agora fizeste-me lembrar uma expêriencia minha..
Poderia-se continuar, mas acho que já dá para ver o que ME irrita neste tipo de comentários. É que há gente que não utiliza outro tipo de frase. O eu tem que estar sempre presente. Eu gostava só de lembrar a estas personas o seguinte, existe mundo para além do planeta EU. Sei que é complicado nesta altura do campeonato tomar consciência de tal realidade, mas meus amigos vocês vão ver que no dia que tiverem a capacidade de olhar verdadeiramente ao espelho vão tomar consciência de que a gente na realidade não quer saber do vosso EU. O EU é pequenino, é egocêntrico, é idiota e desprovido de qualquer interesse. Invoquem o EU quando estiverem sozinhos no quarto a olhar pro espelho enquanto perguntam ciclicamente, será que eu me amo como devia? será que não me estou a ser infiel? Eu imagino o dia em que o mundo se encontra possuído pelo reino do eu, presidido pelo Rei Primeira Pessoa do Singular. As ruas seriam revestias de espelhos para que todos se podessem ver e alimentar a crença de que são belos, joviais. Os cumprimentos passariam a tomar a seguinte forma, espelho meu haverá no mundo alguém mais belo, inteligente, fixe, cool, potente, do que eu, eu, eu...olá meu caro amigo, sabe como tenho andado ou quer que lhe ponha a par do que me tem acontecido ao que o comparsa responderia com um ah meu caro, muito me apraz saber que está bem, mas sabe infelizmente não tenho tempo para o ouvir estou de momento numa profunda reflexão sobre mim mesmo, tornando o outro, ah que chatice, é uma pena você não ficar a par das minhas ultimas novidades, mas não se preocupe, amigos são amigos, envio-lhe um relatório completo por email. Não era tão mais belo o mundo pintado desta maneira?
Façam um favor à humanidade e prossigam nesta luta colectiva do individual. O mundo assim tem outra cor... A cor que eu quiser.

2008/01/20

Insólitos messenger...

to gostando de vc di verdade.. oq eu to sintindo por vc é real não é mentiraaaa..tiquero...({)(})(L) TE GOSTO DE - MONIQUE(L)....


A pergunta que se faz é:

Se gostas da miuda porque escreves disto??

Feiticeiro caracol...

Hoje chove. Não como nos restantes dias, neste a água parece querer furar o chão. Cai com uma força incrível, bate no passeio como a querer-se vingar na sua existência. Faz frio, é um daqueles dias em que a gente acorda e vê tudo branco coberto de geada, infelizmente aqui não há. Na minha terra natal, a estas horas está tudo como que coberto de neve. Adoro a sensação de estar deitado na cama e sentir o abraço dos cobertores, o apoio materno da almofada. Fecho os olhos e imagino-me um caracol. Encolho-me o mais que possa e tento esconder-me do mundo. Aqui neste quarto nu, dentro destas quatro paredes eu sou único. Mais ninguém é caracol como eu. A sensação de conforto aumenta a cada gota que bate na janela. Sempre que ouço um assobio do vento arrepia-se-me a pele e fico mais sensivel ao calor febril que me envolve. Nestas alturas adoro dormir sozinho e não ter de partilhar o meu casulo de caracol com mais ninguém. Não tenho despertador e na verdade não sei o que é pior, se ter uma maquina a ditar o nosso levantar se o facto de ser-mos nós a fazê-lo. Enquanto se fazem horas a chuva vai moderando de intensidade e eu vou despertando. A sensação é sempre a mesma, uma tranquilidade, relaxamento que apazigua. Eu gosto. Levanto-me e dirijo-me para a janela, o céu está cinzento triste, o sol não se vê. Ao longo das compridas ruas pessoas andam apressadamente, tolhidas, tentando evitar o mais que possam a chuva que os persegue. Dá-me vontade de ir para a cama. Quero ser de novo caracol. Tomo um banho relaxante, limpo toda sujidade nocturna e preparo para me transformar em feiticeiro. Visto a roupa habitual e escondo-me debaixo da volumosa casaca. Saio de casa e percorro o trajecto do costume até ao meu local de trabalho. Enquanto a chuva me bate na cara eu torno-me invisível. Olho para as pessoas e imagino como seria passar pelo meio delas. Um enorme prédio faz-me percorrer o dobro da distância. Como seria se eu pudesse atravessar pelas paredes da enorme massa cinzenta? Ao passar a primeira fila de cimento dou de caras com um casal vestindo-se apressadamente anda, vamos, dentro em breve chega o teu marido, aproveito a situação e aplico um dos meus poderes mágicos ao infiel da zona, teve diarreia o resto do dia. Para lá do segundo bloco de tijolos encontrei uma menina pequena a preparar-se para as aulas. Estava a preparar o lanche da manha e acabava apressadamente alguns dos trabalhos que fora encarregada de fazer. É hora de aplicar a minha segunda magia, está um dia horrivel para esta menina sair de casa, faço o telefone tocar, a menina atende e ouve olá fala de casa da dona Conceição? -Sim, quem é? -É da escola primária, era para avisar que hoje não há aulas a menina sorri, atira com os cadernos para o chão e volta para a cama. Ela ao menos pode ser caracol. Sigo em frente, cada vez mais adoro fazer feitiços. No apartamento seguinte tenho um quarto vazio é de um estudante universitário concerteza. Dormiu fora. Das duas uma, ou lhe calhou a sorte grande e agora está com a sua caracoleta a fazer caracoizinhos ou então está a fazer de roupa velha, bébedo e enxarcado encostado nalguma valeta suja. Pela arrumação do quarto está a fazer caracóis. Que feitiço hei-de aplicar aqui? Nesta altura lembro-me do que é chegar a casa depois de uma noite atribulada. O que a gente dá por um bom banho, e uma cama quente? Este rapaz tinha deixado a janela aberta e o quarto estava uma bagunça. Assim não fica difícil saber o que fazer. Num ápice toda a água desaparece, a temperatura aumenta e a porta abre-se foda-se que saudades que eu tinha da minha cama... Aahhhhhh... Bons sonhos. Acabo de atravessar todo o prédio e chego finalmente ao meu destino. Deixo o feiticeiro de lado e volto à normalidade. O que serei amanhã?

2008/01/17

A puta da palavra

As palavras são como que um mar pelo qual percorremos a vida. Numa interjeição definimos um rumo, viramos o leme em direcção a um diferente propósito. Gosto de me perder em passeios por este mundo indiscritível das palavras. Na verdade gosto de todas as palavras. A única condição que lhes imponho é uma marca de autênticidade. Gosto de palavrões, da sua natureza agressiva, aprecio de um modo estranhamente interessado o acervo interminavel de palavras odiosas que existem. O calão é como que um murro na mesa, uma maneira primitiva e fácil de evasão ao mundo da argumentação. Esta é pelo menos a primeira impressão, ou aquela que é interpretada pela maioria. Eu gosto de olhar para os palavrões como piratas no oceano da língua. Os palavrões são uns fora da lei, não tem identidade, não aparecem no dicionário o registo civil da língua. Os palavrões assaltam constantemente os vocábulos legítimos. São polimorfos, servem para qualquer propósito. Aparecem em horas de aflição, em tempo de alegria, em momentos fantástica excitação. Os palavrões são na verdade excumungados, deserdados no reino da palavra. As culturas e os bons rituais de boa educação insistem no genocídio geral destes resistentes seres. São vistos como malfeitores, ímpios, vilões e desgraçados. Mas é inegável o seu valor, a pungente natureza da sua essência. Quem é que nunca gritou bem alto foda-se lá esta merda... é mandar tudo pro caralho. Existe maneira melhor que esta para partilhar um sentimento tão natural como o misto de revolta com impotência? Para mim fazem todo o sentido e é um modo poetico no realismo da frio da vida. Não gosto de novelas, nem da língua que lá se pratica. É suja, ilegitima, prostituida e barata. O sentido das palavras perde-se e a leviandade presente consequência dos assuntos vazios remete a palavra, o seu significado e tudo o que esta tem de melhor para segundo plano, para um plano invisível. Gosto de sentir o encarnado sangue detrás de um vivido puta que pariu. É tão agressivo que se torna encantador. Sinto uma enorme atracção pelos eternos galãs do calão. Aqueles possuidores de um charme transcendente. Armas nucleares no mundo da semântica. A magia enfeitiçada oculta no foda-se é completamente arrebatadora. Quem nunca se dirigiu a uma bela moçoila de feições aprumadas, sentindo a fogosidade, violência hormonal dos vinte anos, com um inebriante que grande foda... É incrível como se repudiam este tipo de expressões, tão vivas tão certeiras, honestas, verdadeiras. É assustador o divórcio existente entre o que nos vai na alma e as palalavras que invocamos para dar vida a esses mundos. A tinta com que pintamos as nossas emoções tem muito mais vida quando talhadas sob mantos de caralhos, a tez da tela é mil vezes mais macia quando revestida por eternas putas desnudas reflectoras de tons violeta provocante. Quem não se revê no mundo do calão? Neste palco da vida onde cada um de nós actua o desenho do sórdido, imundo, indecente, vergonhoso é constantemente vilipendiado, por palavras educadas, detentoras de uma legitimidade hipócrita, roubando o emprego ao retrato do filhos da puta. Num suspiro efémero, vindo de um respirar profundo, transitório e provocante eu chamo daqui o navio do fantástico e aproveito para vos deixar com um autêntico,

ide pro caralho bois da merda, ide trabalhar que isto aqui não se aprende nada...

2008/01/16

O génio da comédia capilar...

Não sei se me hei-de rir do cabelo, das fuças que esta besta da comédia faz se de tudo. Eu acho que me vou rir de tudo. Simplesmente genial... Ou então simply the best para quem gosta de tina turner...

2008/01/14

Na noite

A noite acabrunha as sensações. O escuro da esquina anuncia a chegada do gelo nocturno. Está frio. Olhando em redor a única coisa que se consegue sentir é o cheiro húmido do rio que passeia monotonamente pelas serras circundantes. A presença da noite é habitualmente lembrada como um recolher de corpos, momento em que descansam as almas. Está vento. Um vento húmido, corpos massissos de ar empurram-me o corpo para trás, uma força invisível que me sustenta na vertical. Costumo fechar os olhos, gosto de sentir o severo das sensações, o beijo frio do ar na minha boca febril. São aproximadamente dez da noite. Nestes dias de inverno o sol despede-se cedo. O sono apodera-se de mim e passeia lado a lado com o entorpecimento do corpo. Sinto uma preguiça assustadora. É bom o frio. Ajuda a dizer não à inércia que nasce vinda do nada. Guardo sempre esta altura da noite para estar contigo, para relembrar o que fui contigo. Os passeios longos, vagarosos, como dias de verão que partilhei contigo. A cumplicidade, a sintonia no olhar, o sincronizado respirar. O frio ajuda. O fresco na cara faz com que te sinta, como uma mão que passa rente à pele tocando somente as pontas capilares. És como um estar virtutal. Na verdade nunca passaste disso. Nunca deixaste de ser o que eras, não sendo nada. Costumo vir até aqui, à beira do rio. O som da água veloz nas pedras inertes inspira um sentimento sinistro que a noite acaba por tornar aterrador. Eu gosto do som. Sento-me contigo em cima de uma pedra sombria e respiro todo o horror da noite. Transformo o terror inalado numa tranquilidade muda. Abandono-me por completo à viagem que a natureza nos proporciona. A sinfonia que presenciamos é de uma profundidade musical transcendente. O assobio do vento sobrepõe-se sobre o caminhar da água no rio. A percussão entra a meio do concerto sob forma de gotas de chuva. Mas ainda não está cá todo o grupo musical, faltam os trovões. O cenário não é realmente verdadeiro sem o ecoo dos trovões. Aquela voz grave de tenor, que anuncia a tragédia do dia. Todo o cenário é o mais puro contraste. O preto no branco. A diferença entre o bem e o mal. O mais concreto invisível. Eu irradiando uma felicidade ímpar, sentindo no colo o teu calor e nas costas o implacável frio da chuva. É raro estarmos os dois. Tu só apareces em dias de concerto e os trovões não gostam de actuar com grande frequência. Em nosso redor árvores centenárias abrigam-nos da vista curiosa da gentalha que acidentamente passa por ali. Somos como que abraçadas por estas entidades divinas da natureza. Gostava de falar Arvorez, olhar para o Castanheiro imponente e pedir-lhe que nos elevasse no ar. Ouvir melhor o cântico da chuva. Assistir na primeira fila à eterna representação teatral dos pássaros que voam invisíveis no ar, detectáveis unicamente devido ao seu chilrear característico. Gostava de falar com o vento. Pedia-lhe que nos levasse de pedra em pedra, de margem em margem. Com sorte o rio achava-nos graça e convidava-nos para passear com ele. Fazia-mos dos nossos sonhos uma canoa e iniciava-mos uma longa escalada rumo à nascente que lhe deu origem. Como eu gosto de me sentar contigo. Poder viver o mundo de uma maneira diferente. Viver sem existir. Sem ser eu. Viver e ser tudo o que sempre quis ser. Pular de sonho em sonho com a frequência do vento. Encarnar cada gota de chuva como uma diferente personagem. Ser pirata, ser cowboy, caçador de tesouros. Ser peregrino, alma penada. Ser mau, alma vingada. Ser bom, possuidor de um aviltante coração. Encantador, uma eterna tentação. Ao som da chuva sou tudo o que quero, ao frio do vento eu sinto a vida em mim. No teu calor eu sinto a esperança e a luz do dia...

2008/01/13

Massacration - Evil Papagali

A musica do momento...
O lado negro do papagaio...


I met a bird that
Came From Hell
He is little green
He is very well

He likes to play
He likes the milk
He likes to fight
He likes to kill

I met a bird that
Came from hell
He is little green
He is very well

He cannot fly
And he is revolt
He don't like me
And then he told
What?

Chorus:
Lôro
Lôro quer biscoito!

Evil Papagali
He wants to kill
He ordered me to
Puta que pariu

Evil Papagali
He is animal
He got the power
Of heavy metal

He's got the power
Of The furation
You feel the pain
Is the bication

He's master of hell
And we're
Massacration
He wants to speak
To all the nation

(Chorus)

Curupaco feel
the fire
Curupaco feel
Curupaco kill
With power
Curupaco kill

(Chorus 2x)

2008/01/05

Já te disse?

Às vezes o anoitecer visita-nos mais cedo. O dia cai com o seu calmo e terno passo de gigante. Costumas contemplá-lo com alegria nos olhos, nota-se em ti um respirar denso, o ar quente que te sai pela boca mistura-se rebeldemente com o frio que se sente cá fora. O dia não está realmente a condizer com o teu sorriso, na verdade é exactamente o oposto. Mas em boa verdade é melhor assim, acabas por dar uma alegria mágica ao dia que acaba agora mesmo de desaparecer sob os passos decididos que o sol insiste em percorrer ciclicamente. Estás, és, realmente resplandecente. Tens os olhos do verão, quentes como o sol arenoso numa tarde de esplanada. As tuas mãos são ridiculamente simples. Unhas lavadas, despidas de cor, o único brilho que se consegue ver é o reflexo da saúde que dispara luz em todas as direcções. Tens um corpo esguio, muito caracteristico. Dá a impressão que foste resultado de escultor, talhada com mil cuidados. Sorris de um modo delicado sem nunca dar o braço a torcer, parece um riso resignado, que saiu contra a vontade, mas não há dúvida que é teu, é igualmente brilhante e consegue aquecer a temperatura mais fria sem nunca aquecer demasiado. Às vezes mergulhas em estranhos momentos de reflexão. Olhas de uma maneira vaga enquanto mexes os cabelos pretos e que também gozam de uma saúde inacreditável. Às vezes sabes a super bock. Sais com uma piada mais triste, tipica de menina de coro, mas rapidamente te corriges. Acabas sempre por vencer com alguma parvoíce sincera e estupidamente engraçada. És divertida. Tens rasgos de irritação, momentos raros que surgem como a distracção. Nunca consegues esconder a bondade natural que trazes no coração, viajas pelos mundos do diferente, és tão normal que me causa arrepios. Nunca chegas a ser vulgar, tirando claro quando dás asas ao teu estranho sentido de humor. És parva como eu sou, como todos somos. És mágica, tiras o coelho e nunca chegas a mostrar verdedeiramente a cartola. Voas com asas de papagaio, hesitante, desconfiada, e nunca sabes se estás acordada ou na iminência de um acordar repentino. Já te disse que és parva? És vaidosa, é um facto. Mas quem é que não tem um pouco de brio? Amor próprio é importante e tu costumas vender. Prostituis uma alegria habitual e rotineira, felicidade companheira que me da vontade de rir. És um mar imenso de vida, que remenda a roupa esfarrapada que muitos insistem em vestir. Já te disse que gostava de te despir? És o óbvio que vence a virtude do complicado. Às vezes perco-me irremediavel e repetidamente nos teus movimentos capilares, parecem ditar o ritmo e direcção do vento. São decididos e harmoniosos, únicos como tu, como todos nós. Já te disse que cativas? Costumas caminhar equilibrada e relaxadamente. Se fosse um assaltante manco eras a vítima perfeita. Às vezes és odiosa. És horrível, não dizes palavrões. Fazes-me sentir ordinário. Cada vez que acabo uma frase num típico “alho” do norte. Quanto aos palavrões tu dizes que não há nada a fazer... Já te disse que também hás-de aprender? Gosto de te ver dançar ao som inaudível do iPod. Ritmas o corpo com uma frequência muda e encostas a cabeça ligeiramente ao ombro. Pareces querer sentir a música. És volátil e violeta. O fotão que ultrapassa o som. O permanente que viaja pelo contínuo. Às vezes és chata. Fazes perguntas que aborrecem, ages propositadamente. És um hino ao desconcerto, a mão amiga que ajuda a levantar o senhor travessuras. Às vezes fixo o olhar na linha que te divide os peitos. Tu reparas e fazes de conta. Quando mudas de posição caio em mim. Já te disse que o faço imensas vezes? Não é por mal, acontece-me quando estou a pensar. Não sei se é o carácter maternal e afectuoso associado ao leite materno que convida à reflexão se o mero acaso. Eu acredito mais na primeira. Acho que ris quando viras costas. A cor verde dos teus olhos faz-me voar pelos mundos igualmente claros e transparentes da imaginação. A realidade funde-se com o desconhecido do imaginário, e eu dispo a vida que tenho e tomo o leme dum navio pirata, sinto a força do vento que trás até mim o sabor aveludado dos teus labios, a textura tenaz da tua pele e o cheiro agridoce que renasce a cada movimento que fazes. O dia contigo nunca passa devagar. Eu nunca consigo tomar noção das horas que perco contigo. Tu dirias, ai que mentiroso. Já te disse que tens sempre razão?