2004/12/01

Feliz Natal

Começou hoje o mês de Dezembro. Com a vinda do frio chegou também a hora das renas e do pai natal. Vê-se por todo o lado, invariavelmente, pais atarefados, agarrados ao consumismo do costume. Por todo o lado se encontra um puto a olhar petrificado para um carrinho qualquer, ou então uma miudinha que repara na boneca que se encontra mesmo ao lado da secção do fiambre. Enfim é natal. Encontramos por todo o lado luzes, arvores, um milhar de símbolos típicos desta época natalícia. Em cada janela, carro, que passa à nossa frente podemos encontrar sempre um senhor de vermelho em cima de um carro puxado a renas ou então uma árvore pincelada de cor e alegria. Esta contagiante maré transporta-nos, nem que seja por breves momentos, para um mundo diferente. Somos levados, quase como por magia, para terras bem distantes daquela em que os nossos corpos jazem. Em quase todos os rostos de criança encontramos um sorriso rasgado, expressão que retrata fielmente a felicidade que transporta. Cada um destes pequenos seres trás consigo um brilho vivo nos olhos. Um brilho de fantasia de expectativa, todos os meninos que encontramos na rua trazem na mente o espírito possuído pelas várias prendas que perseguem durante todo um ano. Vimos também nesta mesma altura pessoas com os seus 60, 70 anos passeando tranquilamente sob a iluminação natalícia dos grandes centros comerciais. Ao contrário dos mais pequenos que só vem no natal uma maneira de satisfazer os seus desejos de criança, estas pessoas trazem no rosto uma expressão de fraternidade, compaixão, tranquilidade infindável. Vemos também, infelizmente, aqueles que sobrevivem, dificilmente, ao rigor do Inverno sem uma casa, um lar, onde repousar.
Apesar de este ambiente ter origem em factos de natureza religiosa, pouca gente se lembra do verdadeiro significado do Natal, o egocentrismo típico da nossa sociedade leva a que a maioria das pessoas concentrem toda a sua energia nas compras do natal, no bacalhau, nas vinte prendas e na arvorezinha e se esqueçam de cumprir o dever moral de respeitar todos os valores desta bonita época.
Se pudesse moldar o mundo à minha imagem, pintá-lo-ia de forma bem diferente, todo o amarelo de egocentrismo emitido por algumas almas mais pobres dariam lugar ao branco fraternal e amigo, faria desta mês um mês mais claro e transparente…

Sentimento de superioridade...

Parem com este inferno...

È a primeira vez que abordo um assunto e não sei que titulo lhe haveria de dar. O motivo que me leva hoje a escrever é um pouco estranho. Sento-me de novo em frente ao meu velho e solidário PC tentando entender o comportamento de certas pessoas. Sei que até agora estou a ser um pouco vago naquilo que digo, no entanto é assim que a minha cabaça se encontra, vaga, vazia. Sinto-me incompreendido. Sinto que sou tratado de uma forma diferente, desagradavelmente diferente. Não sei com que direito, certas pessoas censuram o comportamento de outrem. Qual e a razão pela qual certas entidades se julgam com poder suficiente para julgar as outras. Sou acusado de ser chato, inconveniente, somente por pouco falar e sorrir. Se ainda o que eu dissesse fosse desprovido de alguma lógica ou coerência, eu compreenderia, com facilidade o comportamento desta gente, mas neste caso não é isso que acontece. Sou criticado por apenas bocejar, por uma expressão menos comum, enfim por existir. Como é possível? Como é possível não ser aceite por aquilo que sou? Como é que não entendem a minha alegria? Como querem que eu seja? Aquilo que eu não sou? Mais um ser desprovido de personalidade! Sim tenho defeitos, como todas as pessoas. Mas julgo que existir, não constitui, por si só, um defeito assim tão grande. Sinto uma revolta profunda quando me acusam de nada. É incrível o sentimento de superioridade que algumas pessoas têm. Que direito eu tenho em dizer a alguém como de deve ou não comportar? Qual é o principio ao qual eu recorro para justificar quando uma pessoa deve ou não respirar. Por favor deixem-me viver. Deixem-me ser eu. Não vos peço mais nada. Nunca eu censurei ninguém por ser quem é. Reciprocamente eu não admito o mesmo. Não considero aceitável acatar críticas desprovidas de razão. Não posso concordar pessoas que julgam só por julgar, apontam o dedo sem ter a razão de seu lado. Falo contigo, paciente computador, falo com alguém que aceita, invariavelmente, tudo o que lhe digo. Falo com um ser inanimado mais vivo que os próprios seres. Sinto-me mais vivo, mais compreendido por uma máquina, por uma coisa, do que por certas personalidade que se julgam o centro do mundo. Não, não consigo compreender este comportamento. Será que sou eu que estou a ficar senil. Será que a minha inteligência e bom senso estão a desaparecer? São estes os pensamentos que me tem acompanhado nesta últimas horas. Acho que está na altura de parar com este inferno. Não aguento mais tanta perseguição injustificada. Não, eu não mereço isto. Alguém que me ajude… Este alguém és tu meu velho computador, obrigado por me compreenderes e por não me fechares a porta do diálogo e da conversa e me aceitares tal qual sou. Obrigado ainda por não me tentares criar à tua imagem e por gostares da minha que já existe. Mil vezes obrigado por não me julgares precipitadamente e por sorrires sempre para mim com mais um erro do Windows. Ainda dizem que os computadores, frigoríficos, torradeiras não tem vida, eu por cá não concordo. Tem o bom senso suficiente para não te criticarem absurdamente…