2007/08/11

Aventura Medieval

Bem o dia começou cedo e com uma vontade de acordar maior que a do habitual. É sempre assim quando sabemos que no dia seguinte entramos de férias. O dia de trabalho correu dentro dos tramites habituais, o que teve realmente piada foi a aventura iniciada no final do horário laboral. Por volta das 8 horas estavamos dentro da arena medieval de Santa Maria da Feira. As lutas de cães, galos, pardais e "morcegos" duram durante cerca de uma semana e eu nunca tinha tido o privilégio de me aventurar por estas andanças. O cenário à entrada (à minha entrada obviamente dentro de muitas possíveis) era este

A primeira coisa que me aconteceu foi ser abordado por uma miuda que andava a pedir para efeitos de "caridade" cá para mim ia apanhar a bebedeira mal chegasse aos 50 euros, estava com azar porque eu so tinha 1 euro em moedas de 10 e 20 centimos, a miuda agradeceu à mesma o facto de eu lhe ter enchido a mão com cascalho no fim perguntou-me o nome e dizendo que precisava dele para apontar algures, eu respondi com um Marcelino Pielas e fiquei a observar a cara de espantada da moça, dei meia volta e continuei a andar enquanto ouvia o riso surdo que ela tentava evitar, afinal de contas quem é que se chama Marcelino Pielas, e teve sorte, podia ser pior.
Passados alguns metros tive a certeza de estar na festa certa, a probabilidade de existirem duas festanças com equipamentos de guerra medievais era praticamente nula,

O ponto seguinte da missão consistia em encontrar a prometida do caro amigo Marco, esperamos durante alguns curtos minutos numa espécie de cruzamento medieval onde vimos de tudo, desde bruxas que liam as mãos até bobos da corte que passavam com ar de espantado, na verdade espantado fiquei eu, a quantidade de miudas giras que andavam por lá era qualquer coisa de fora do vugar. Devo dizer que afinal gajas boas não é em Ermesinde é mais em Santa Maria da Feira. Poderá ser eventualmente uma ilusão causada pelos trajes medievais, teoria defendo com pouca convicção. Após o reencontro de famílias descemos a cidade em direcção ao Castelo que não chegamos a visitar, ainda bem porque pagava-se e eu ando em contenções de gastos. Pelo caminho passamos por uma igreja que tinha à sua frente uma escadaria que me captou as atenções por alguns, breves muito breves momentos,

porque ainda andava com olho numa ou noutra vassala do rei. Depois de visitadas algumas lojas, umas com produtos medievais outras menos medievais acabei por encontrar duas beldades da época,

tive pena de não ficar com o número de telemovel, ou melhor com a direcção do nobre que mandava nelas, porque estas miudas eram realmente interessantes. Como na altura disse ao caro Marco eram a minha cara metade, sim porque com os golpes que elas tinham na fronha já só metade da cara se aproveitava, e metade dos dentes também, em suma eram miúdas do meu estilo, sinto que era muito mais feliz na altura em que o chão era coberto a poias de merda de cavalo (aka epoca medieval).
Depois deste breve momento de romance medieval foi hora de aproveitar para atestar com a marmita. Hora de porco no espeto,


devo dizer que as sandes com carne de porco que comi foram das melhores que já provei. Não sei se era consequência da fome e da vontade de comer, mas que o raio do porco estava um espeto de sabor ah lá isso estava. A única coisa que não soube tão bem foi esperar nas filas para comprar as senhas, mas valeu a pena.
Depois das panças cheias foi hora de voltar a atacar a feira medieval e conhecer mais do que esta nos podia proporcionar. Dirigimo-nos em direcção a um campo semi relvado semi matagal e encontramos a tenda montada,

mais à frente existia um local onde se podia andar a cavalo e uma exposição de aves de rapina. No entanto o que mais me fascinou foi o bowlingmalha, que viria a dar origem aos dois jogos actuais do bowling e da malha, na altura só me saiam piadas que acabavam sempre por incluir objectos fálicos, ainda não entendi bem porque, a mente do ser humano é uma coisa muito estranha. Depois de apreciar a maneira como a miuda segurava os vários paus que acabavam por tombar sempre que lhes eram arremessadas as bolas (aos paus claro), dirigi-me de novo para o centro das operações medievais, ao chegar ao centro medieval fomos presenteados com um caloroso show, confesso que ainda não entendi a porcaria ingerida por senhores, mas devo dizer que fede pra burro. É um verdete, que deus me livre. Acabado o show e desanuviado o cheirete a combustivel fomos visitar mais umas tendas, desta vez confesso que valeu a pena, primeiro porque me lembrei imediatamente dos tempos da primaria ao ver estes belos piões, depois porque me lembrei dos tempos que passava em casa do meu avó e as vezes que a minha avó acendia fogueiras para assar sardinhas à custa deste mecanismo que era exactamente igual ao dos meus antepassados, descobri ainda o motivo por não haver corridas de carros tipo formula 1 na altura. Afinal não era por falta de pistas, porque com as rodas de pau os carros andavam por todo o lado, era mais por causa da maneira como eles enchiam os pneus, demorava muito tempo, no final fiquei super descansado, os pés estavam-me a começar a doer por causa do calçado, mas eu estava salvo, ainda haviam sapatilhas das boas à venda pra mim,


Acabadas as tendas com ninharias arrancamos em direcção à igreja que vos mostrei no inicio desta viagem. O cenário tinha-se, entretanto, modificado por completo, se no inicio existiam algumas personagens medievais, com o cair da noite elas sairam todas de casa. Ao subir uma das ruas da cidade encontrei um bando de cantores de 10 categoria que insistiam em aumentar o nível de ruido



após ultrapassado o sofrimento causado pelo excesso de agudos criado por este grupo de gansos cantantes, foi hora de encontrar as empregadas do rei. Eu não discrimino ninguém, nem classes sociais, e tentei ao máximo mergulhar no espírito vassalo. Aliás eu aproximei-me o máximo que pude nunca pensei sentir-me vassalo desta maneira