2008/12/25

Sandes de "Bacon"

Read not to contradict and confute, nor to believe and take for granted, nor to find talk and discourse, but to weigh and consider.

—FRANCIS BACON

2008/12/05

O Norte...

... tem o humor mais badalhoco mais expressivo e mais espetacular do país. O resto de Portugal que me desculpe mas javardice desta categoria só mesmo nos bairros mais degradados do Cerco do Porto

2008/11/27

E o natal...

... mal posso esperar!

2008/09/29

Cá estamos nós...

Deslizamos como sombras escuras num gradiente harmonioso de simpáticos cinzas. Eu e tu. Tão diferentes heterogéneos, eléctricos e angustiados quando longe, calmos mas determinados quando perto. Somos particulas perdidas num universo de antimatéria, uma felicidade cumplice que teima em dizer não aos pontuais obstaculos da vida. Somos o branco e preto, a água e a terra, na verdade não somos nada num terceiro ponto fora da nossa esfera prometida. A alegria é uma invariante, tão segura e extasiante que chega a estranhar um pouco. Tu serenas-me, deixas-me um trago a chocolate. Eu sou o teu vinho do porto na nossa quotidiana ceia natalícia. Que peripécia, que delícia. Os teus cabelos são um enrolar de calmaria, a voz singela do inevitável, voo, estridente cantoria. Por ti quase me perdia? Quem não se perdia!? Mas tu estás lá sempre para viajar no desnorte comigo! Divagas no desconhecido agarrada a mim, de mão expectante, mente aberta e sorriso inquietante. Nas dunas do meu pensar estás sempre presente. Ocupas o mais ínfimo espaço deixado em aberto na aleatoriedade do dia. Cá estamos nós. Tu e eu, um duplo de nada uma singularidade que resume tudo. Gaivotas sobrevoam e presenteiam-nos sombra, respondemos com um beijo solene, um fugaz ímpeto de vontade, mais uma vez aleatoriedade. Incerteza que me apaixona, tão diversa, completa. Hino épico que me preenche, incentiva, me transforma toda a potencial vivacidade numa estranha cinética euforia… Flamejas os meus mais tépidos pensamentos. O que outrora era escuro, estranho, confuso transformou-se com o passar do tempo num esvoaçar de saudade um sabor a pimenta sob o meigo sabor de um intenso refogado de emoções… Cá estou eu, cá estás tu.. Cá estamos nós…

2008/08/23

Death Magnetic

Desculpem era mesmo so para anunciar o novo album dos Metallica. O single já está cá fora, intitula-se The day that never comes...

Death Magnetic

2008/08/19

Feelings



Às vezes claros, translúcidos como a água que brota de uma pedra esverdeada em manhã primaveril, outras turvos e confusos como o movimento cinemático e aleatório de uma multidão em hora de ponta. São todos diferentes e todos iguais. Uns surpreendem outros agradam e deixam-nos em paz, outros atormentam desgostam-nos a vida e atribulam o nosso sossego mental. São todos igualmente importantes e contribuem com igual importância na nossa evolução enquanto pessoas. Gosto de sentir, à medida que o tempo passa sinto cada vez mais e melhor. A panóplia de sensações aumenta em cada dia que passa. Há sentimentos que perduram, o abraço extasiante de dois amigos que se revêm, o beijo emocionado de duas pessoas que se gostam. Há sentimentos que vêm e vão como a desilusão de fazer certas coisas mal feitas ou a euforia de cumprir qualquer rotineiro objectivo. Há sentimentos, tão diferentes e tão iguais. Gosto de todos. Muitas das desagradáveis prendas da vida são momentaneamente interpretadas como momentos de pesar. Quase sempre não conseguimos, à primeira, entender a lição que todas estas malfadadas experiências tem para nos dar, mas quando aprendemos a viver e a contornar certas realidades ficamos mais fortes, mais seguros e sentimos o mundo e a vida de maneira diferente mas igualmente saborosa. A vida é feita de igualdade nas diferenças das emoções e diferencia-se na igualdade das realidades que estas nos trazem sob a forma de experiência. Gosto de viver os momentos, aqueles que constituem um "dejavu" são na sua essência diferentes e tal como esta fragrância de vida, são diferentes também as nossas emoções em cada um dos episódios...

2008/08/13

Indústria brasileira...

A pedido de muitas famílias deixo aqui um documentário inédito sobre a situação actual das indústrias brasileiras. Ao que parece falta de mão de obra especializada não falta...

2008/08/11

Habacuc... Arte?




Estão a ver o cão da fotografia. É uma das obras de arte do senhor Guillermo Vargas (Habacuc) um azeiteiro (sem ofensa à industria dos azeites) que se diz artista. Esta raridade humana lembrou-se de prender um cão e de o deixar morrer à fome e sede. Segundo os especialistas isto é arte. Agora compreendo as touradas. É simplesmente uma forma de arte. A guerra no golfo? Arte do médio oriente. O holocausto nazi? Foi uma tendência dos anos 30-40. O centro nacional de arte rainha sofia podia substituir o guernica por esta foto artística. Cá fora, como forma de propaganda podiam afixar cartazes com luta de cães, para finalizar em grande os empregados do museu iriam andar casacos de pele de, imagine-se só, cão...
Se eu disser que estes gajos são uns filhos da puta estou a ser muito duro?

2008/08/01

Chupar não mata...

Vida luzidia

Às vezes confesso que custa um pouco. Com tanta agitação na nossa vida torna-se por vezes difícil parar um bocado e apreciar a vida tal como ela é. Intensa. Muitas vezes cheia de um nada profundo, sentimento este que miraculosamente somos capazes de transformar em companhia acolhedora. Que capacidade é esta que nós temos em transformar dias cinzentos em cinzeladas ternurentas de ciano alegre. Não sei, honestamente também não quero saber. Apesar de indiferente no que diz respeito à sua origem não deixo de ser curioso sobre a existência de pessoas cuja natureza e conjectura envolvente reajem de modo díspar na interacção sobre a própria vida. Há tantos momentos no histórico de muita gente que é traduzida por uma tristeza enorme, injustificada na maior parte das vezes, de desconhecida origem. Eu próprio, confesso, já sofri do mesmo. Que enorme perda de tempo. Quando paramos em frente a uma janela, mãe mutante e constante vizinha de pensamentos, somos como que convidados a reflexões banais, dá-se uma verborreia mental e damos depressa a assistir na primeira fila a uma passerela onde desfilam os mais variadíssimos temas da revista Maria. É incrível como em certas situações o nosso cérebro se resume a um enorme caixote de lixo. Quem disse que a ignorância era uma benção deveria estar a pensar neste pobre cenário na altura em que meditou tal asserção. A ignorância, melhor dizendo, o ignorar de certas realidades torna-nos mestres naquilo a que vulgarmente designamos por a arte do saber viver. Se há coisa que aprendi em todos estes atribulados anos, foi em desvalorizar problemas. Na verdade não faz sentido a preocupação obstinada, muitas vezes obcessiva quando o assunto em questão são problemas. Das duas uma, ou tem solução ou não. No segundo caso a preocupação é imediatamente desnecessária, não vale pensar em problemas que não somos capazes de resolver. No primeiro a preocupação é igualmente injustificada, se sabemos que tem solução então é uma questão de tempo para o dito problema transitar ao estado dos eventos solucionados. Esta minha reflexão é um copo cheio de trivialidades, observações dotadas de uma evidência imediata. Na prática reparo que este elementar raciocínio e consequentes conclusões são generalizadamente ignoradas. As pessoas parecem regirem-se por um místico pensar e tendem a extravalorizar a problemática da vida, acabando por adicionar mais um à lista que tinham até agora. O item extra na tabela das problemáticas que refiro é o problema de como deixar de preocupar com as coisas. Já repararam que não pensando no problema este deixaria imediatamente de o ser? Como é simples a simplificação das coisas, a análise parece numa primeira instância uma realidade confusa e chata, mas tendo um pouco de calma e deixando que o nosso pensamento navegue à luz da intuição, dotando-o no entanto de um pouco de razão para que o barco não derive no mar imenso da confusão torna-se fácil reparar no quão simples tornamos a nossa vida e a abordagem à mesma. É muito mais fácil viver intensamente, esquecer os problemas que nós próprios inventamos, o sorriso e a gargalhada tornam-se numa presença viva e a vida regressa bela e luzidia como um qualquer por do sol na praia...

2008/07/15

Sonar

É mais ou menos como um eco. Uma espécie de voz chata que teima em não parar de incomodar. Na maior parte das vezes é simples. Uma transparência completa entre o fora e o dentro do invólucro que a define. É elegante, tem uma cinta torneada e definida. Gosta de andar de bicicleta, de jogar voleibol, já disse que gosta de chatear? Na maior parte das vezes não lhe ligo nenhuma atenção. A maior parte das vezes encontro-me preenchido com pequenas trivialidades que me desviam o foco de análise, mas quando me cruzo com ela não posso deixar de usufruir do momento. São tão raros nos dias que correm. A vulgaridade de certos momentos, aliados à rotina de uns tantos outros, entorpecem esta bela capacidade de gozar os momentos parvos. São os mais belos na verdade, nem por isso os menos frequentes. Durante o dia sou capaz de contar milhares de ondas cómicas no teatro do dia. Às vezes imagino-me como um sonar, muito pequenino, outras vezes vejo-me como uma grande antena com vontade voraz de receber toda e qualquer manifestação sonora. Gosto de me deixar elevar no mundo dos sons. A vida toma uma diferente musicalidade, uma onda cheia de cristais, vaga que nos enche de um conforto especial. Neste preciso momento já me cansei da musicalidade enfatizante deste meu baço teclado. Vou até lá fora à procura de novas viagens.

2008/06/23

Evolução


Há quem veja este conceito como uma espécie de desenvolvimento progressivo. É verdade, existem outros modos de visualizar este conceito. Estranhamente, ou não, nenhuma das abordagens presentes nos dicionários, enciclopédias e afins, me satisfazem. Não gosto de pensar em evolução desta maneira. Crescimento sucessivo? Não me agrada. Não gosto de pensar no conceito como algo contínuo, bem definido, como que uma inevitabilidade inerente ao ser humano. Gosto mais de olhar para ela como uma questão de escolha. Uma realidade saltitante, um constante andar para a frente e para trás. Ora evoluis ora regrides. Há, evidentemente, quem considere o regredir uma forma de evolução. Um evoluir numa direcção considerada oposta aquela considerada a normal. E o que é a evolução dita normal? É verdade se tentar entrar em pormenores lógicos sobre o conceito sou capaz de não chegar a lado nenhum. É precisamente por isso que não reflicto de maneira muito rigorosa sobre o conceito. Gosto mais de olhar para ele de uma maneira mais romanesca. Uma entidade do fantástico. Agrada-me pensar no conceito evolução como que um castelo longínquo, lugarejo inacessível e cuja vida gastamos a tentar alcançar. Gosto desta peregrinação. Não numa forma tradicional, cujo caminho se apresente unidireccional, uma sucessão bem definida de caminhos. Na verdade imagino um emaranhar indefinido de possibilidades. Gosto disto. Da incerteza, do não saber se aquilo que fizemos hoje será considerado errado no amanhã. Agrada-me a existência de vários pontos de vista igualmente legítimos. Sou amante do razoável e apaixonado pela diversidade, maravilho-me com a diferença mas desprezo a indiferença. Canso-me facilmente com a rotina, razão pela qual invento mil e um cenários diferentes durante o dia. Sou fiel ao calor da amizade e não esqueço o abraçar amigo na hora amarga. Venero a prestabilidade e vejo nela uma diferente maneira de evoluir, como se se tratasse de uma travessia de barco entre as ilhas da nossa existência. Deixei por momentos a realidade para evoluir em fantasia... Está na hora de evoluir numa outra direcção...

2008/06/22

Pensamento


Tudo aquilo que algum filho da puta diz que é URGENTE, sempre é algo que algum imbecil deixou de fazer em tempo útil e quer que você se foda para fazer em tempo recorde..

Rakesheh Vilmiintuchy - Monge Tibetano

2008/06/13

"Gigolô das Palavras"


"Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou com a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria sua patroa! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção de lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias para saber quem é que manda."

Luiz Fernando Verissimo

2008/05/25

Um sonho de sigilo...


Tudo começa com o final, o acabar do dia. Somos suavemente remetidos para o nosso canto de onde apreciamos relaxadamente o crepúsculo efémero. De uma forma negligente combatemos o sono com caretas estranhas e um rebolar preguiçoso sobre os panos da cama. Um sonho pensei eu. Gostaria esta noite de ter um sonho, algo só meu que pudesse acariciar de mil formas diferentes e que em cada toque sentisse um derradeiro e apelativo êxtase de vida. Este sigilo começa com um sinal de turbulência, um descolar de avião, o bilhete aponta como partida o Planeta Terra sendo o local de chegada o Mundo dos Sonhos. Tempo de viagem? Curioso não tem. É um cheque em branco cujo dinheiro se transforma em segundos palpitantes de vida. Como gostava de ter um banco destes. Será que as acções seriam transformadas em pequenos mundos do fantástico dos sonhos? Não sei. Na verdade não quero saber. Estou mais interessado em conhecer o destino desta minha viagem, o facto de não ter sido estabelecida uma hora faz com que nasça em mim uma vontade maior em viver. Afinal de contas o próximo segundo pode ser já de desembarque e eu não quero que seja Natal tão cedo. Se eu pudesse comandar os meus próprios sonhos não teria metade da piada. Seria sempre uma viagem programada, com felicidade e diversão garantida. Esta viagem em que embarco tem ventos e tempestades, tem doenças, picadelas de mosquito, vacinas que martirizam as grossas e ávidas veias que me sustentam. Este sonho de sigilo é belo pela adversidade, pela dureza ultrapassada. Contém um ingrediente essencial à vida, o engrandecimento de quem sonha vindo da ultrapassagem de micro obstáculos que se apresentam. O sonho é sempre diferente cada vez que roubo o sossego à almofada adormecida na cama. Houve quem dissesse que o mundo pula, avança sempre que um homem sonha. Não sei se pula ou avança. Sei que me sinto uma criança. Com uma dinâmica superior, enrolado em ideias e ideais. Em fantasias de mil cores, cenários imortais. Sou feliz neste segredo, neste pânico assossegado. Neste sonho de sigilo...

2008/05/19

The Council of Elrond...


Esboçavas um sorriso pleno. Um hino à tranquilidade. Os cabelos esvoaçavam por entre as folhas em queda enquanto as notas musicais se enrolavam na nebulosidade do dia. Emanavas uma radiosidade estranha, uma espécie de arco-íris em forma de sombra lunar. Os teus movimentos suaves e lentos remetem-me automaticamente para a transcendência da eternidade. Revejo na tua melodia a voz do universo fundida num grito de Big Bang. Assobias na noite um chamamento furtivo. Um convidar simpático que nos transporta em primeira classe para o planeta Venus. Esgar sério, intimidante. Congregação de desejo e Platão, raio simples de emoção. És uma folha esvoaçante sobre a misantropia escura da noite. Encantas as arvores, cabelos da terra, com a tua mensagem eterna...

O môr henion i dhu:
Ely siriar, el síla
Ai! Aníron Undómiel

Tiro! El eria e mor.
I 'lir en el luitha 'uren.
Ai! Aniron...

2008/05/13

O convite


Às vezes somos convidados. Normalmente gosto de ser convidado. Sentir a nossa presença desejada por outros é sempre um sentimento confortável. Faz acender dentro de nós a chama da auto estima ao mesmo tempo que nos impele vontade em produzir acções de fina nobreza. Desta vez foste convidado. Não para uma festa de anos ou quaisquer outro tipo de comemoração mas para uma realidade diferente. Foste convidado ao duro do silêncio e à triste solidão. Desta vez não quiseste ser convidado. Não te sentiste bem e não desejaste transformar o mundo com acções benevolentes. Nesse preciso momento só queres estar só, invisivel até mesmo à solidão, a todo e qualquer tipo de sentimento mais escuro. O convite é tentador. A ausência da família, amigos a frustração acumulada na relação conjugal acaba por te guiar a mente para um caminho onde certamente não queres ir. Tu sabes que não deves aceitar o convite, no entanto a recusa parece tão longe, de um incalcançável tão certo que te desmotiva ainda mais. És fraco, tu sabe-lo e isso ainda te deixa mais fraco. És uma recorrencia de tristes episódios que tende rapidamente para o caos. Tens medo de ti, de não estar ao nível das espectativas que tu próprio estabeleceste. Cada vez mais te cercas e afundas nesse mar de preocupações. Já pensaste aquilo que és no mundo em que te encontras? Talvez todos nós um dia tenhamos que passar por isso para aprender o quão ridículo é esse convite. Provavelmente seremos inevitavelmente condenados à solidão pelo menos um dia na nossa célere vida. Olho para ti e faço a mesma pergunta em intervalo de comprimento infinitezimal. Para quê? Como és tu capaz de carregar tanta frustração? Com tanta cor a rodear-te insistes em ver tudo a preto e branco. Sou fraco. Pronuncias estas palavras fatais e encaras o insucesso como uma espécie de fado que te foi, tragic e divinamente atribuido. De uma forma igualmente mágica cais em ti. Rebolas sob o manto meigo da razão e abres os olhos com visão lúcida e determinada. Não eu não sou isto, não quero esta vida. Preparas-te rapidamente para a mudança. A mudança tem sempre de ser rápida caso contrário deixa inevitavelmente de o ser. Ao fim de um longo período de mudez dás por ti a esboçar o primeiro movimento. Levantas-te da cadeira e diriges-te até à varanda. Encontras aqui a luz, o gradiente rico de cores que rapidamente transformas em sonhos e a voltas e descobrir a força que te eleva ao mundo do fantástico e te devolve aquilo que és...

Doenças Actuais...

2008/05/06

Are you ready for love?



I am ready for love,
why are you hiding from me
I'd quickly give my freedom
to be held in your capitivity

I am ready for love,
all of the joy and the pain
and all the time that it takes
just to stay in your good grace

lately I've been thinking maybe you're not
ready for me,
Maybe you think I need to learn maturity
they say watch what you ask for 'cuz you might receive
but if you ask me tomorrow, I'll say the same thing

I am ready for love,
would you please lend me your ear
I promise I won't complain
I just need you to acknowledge I am here

If you give me half a chance
I'll prove this to you
I will be patient, kind, faithful and true
to a man who loves music
a man who loves art
respect the spirit world and thinks with his heart

I am ready for love
if you'll take me in your hands
I will learn what you teach
and do the best that I can

I am ready for love
here with an offering of my voice
my eyes, my soul, my mind
tell me what is enough
to prove I am ready for love

I am ready.

2008/04/21

Muda Ice Tea (Mudaste?)

-Oh! Este sol dá-me cabo da vista. Adoro os passeios à beira mar, mas detesto faze-lo nestas condições...
-Ora essa sabes muito bem que essa luz não vem do sol. Sou eu que brilho na tua presença.
-Foda-se que saida merdosa. Qualquer dia acredito que és convencido e rançoso, começas a perder pontos.
-Acredito que me aches convencido, mas rançoso nunca. Não eras capaz de caminhar na praia com alguém a cheirar a fritos. Tu és minimamente exigente. E boa... muito boa pessoa.
-Tu não mudas pois não? Sempre idiota nos momentos certos.
-Que hei-de fazer? Sou perfeito. Deus fez-me à sua imagem.
-E humilde também. Estou cada vez mais maravilhada contigo.
-Maravilha é o meu nome do meio. Sensações são os irmãos do lado...
-Ah... Que piada triste.
-Piada? Mas tudo o que digo tem de ser piada? Quando é que me levas a sério? Não achas que já está na hora?
-Levar-te a sério? Deixa cá ver... Nunca!
-Oh... desiludes-me. Eu pensava que ia ser ainda hoje... Sabes comprei-te um vestido vermelho, como tu gostas de vermelho eu pensei...
-... um vestido? Tas a falar a sério?
-Não, era piada!
-Foda-se és mesmo parvo.
-Pensei que era o único aqui que mandava piadas!
-Tens sempre de ser assim idiota, ou tens dias em que tiras férias?
-Não, sou um gajo muito dado ao trabalho. Um workahoolic na verdadeira ascensão da palavra.
-Devias falar mais vezes a sério sabias? A palhaçada pode tornar-se monótona...
-Quando me comporto de um modo mais sério a minha vida vira piada, por isso prefiro apalhaça-la para que seja levada a sério.
-Mais uma piada? Não entendi!
-Não desta vez tive uma recaida. Falei a sério, prometo que isto não se volta a repetir. Espero que não deixes de falar para mim por causa do sucedido.
-Ui. Estou parva. Fizeste isso por mim? Estou capaz de te dar um beijo.
-Não estás sempre? Vê isto como um presente de anos antecipado!
-Hum... Estou, mas hoje tenho ainda mais. Presente de anos? Estás a ver se te livras de um casaco vermelho?
-Mulheres, sempre à procura de mais. O que vale é que eu sou a personificação do infinito. Quanto ao casaco, eu prefiro ver-te sem ele, se possivel sem nada até.
-Pronto voltou à normalidade. Se um dia tivesses filhos irias continuar com essa postura parva?
-Achas que eles alguma vez iriam admitir que lhes falasse sério? Eles terão os meus genes. Se forem meus obviamente.
-Gostavas de ter filhos?
-Nunca pensei nisso, mas gosto de ter pais. Isso ajuda?
-Não, mas é bom saber que te dás bem com a tua família.
-Pah não dou, digo isto só para te impressionar, está provado que uma boa relação familiar excita miudas.
-Sério?
-Não sei. Mas carícias no ponto G e zona clitorial, parece que sim.
-Ahahah. Tu és mesmo viciado em conversas fúteis e vagas. Ao menos fazes-me rir.
-E não é esse o objectivo?
-É sim.
-Vais concordar a vida toda comigo? Tornas-te desinteressante. Acho que vou procurar alternativas. Estás a ficar muito cinzenta.
-Claro, claro. Vais procurar calor na tua ex namorada?
-Só se for para combinar uma cena a três. Achas que alinhava?
-Não sei, diz-me tu.
-Já não te disse que tenho respeito pelas minhas ex namoradas?
-Ah tou a ver, portanto o sexo como é um assunto privado tu não contas... Muito bem.
-Não não, o sexo delas até é capaz de ter bastante público, só não combino uma sessão a três porque não quero que encarem isto como uma tentativa de aproximação. Eu respeito a condição de ex namoro, as ex namoradas são um assunto de natureza completamente diferente.
-Se elas te ouvissem falar não iam achar piada nenhuma.
-Se elas me ouvissem não eram ex namoradas.
-Ah coitadinho, as meninas gozaram com a tua cara?
-Não, mas eu até gostava de gozar pra cima da cara delas.
-Que porco.
-Mas um porco querido confessa lá. Vais dizer que não gostas aqui do reco reco!?
-És impossível de aturar sabias? Quando ficares velho vais ser chato e birrento.
-Tu felizmente não precisaste de chegar a velha.
-Olha que filho da puta.
-A minha mãe nunca levou dinheiro. Antes tivesse levado, andava agora de BMW ou Audi.
-Tu para além de não dizeres nada a sério também não levas nada a sério? Um mal nunca vem só.
-Mulheres são realmente um bicho complicado, o que tu arranjas para dizer que eu sou o melhor dois em um que viste em toda a tua vida. Não precisas de me dar graxa dessa maneira, eu hoje já fazia contas de te possuir no vestiário do ginásio.
-Acho que me vou cansar de ti depressa.
-Oh, promessas...
-Prometes que não mudas?
-Só se for para a do missionário.
-Ok não precisas de jurar...

2008/04/15

Quadro


Navegador de sonhos? Perguntou ele. Piloto de emoções. Disse ela...

Era assim que os dois costumavam passar as tardes. Num questionário constante intervalado por pequenos mas saborosos ósculos. Ele nunca gostou muito que entrassem no seu mundo secreto. Ela fazia da vida dela um livro aberto onde toda a gente podia escrever. Ele nunca perguntava nada, e ela não parava de lhe responder a questões ausentes. Se tivesse de os catalogar em forma de cor ele representaria o preto enquanto ela seria a personificação do mais imaculado branco. Juntos são capazes de formar qualquer cor pintando o mais belo dos quadros. A simetria no olhar decidido dos dois formam uma autêntica obra de Escher. O calor no peito que se funde constantemente no pánico invisível da alma acaba por retratar toda a emoção e dor presentes em Guernica. O sorriso dela oculta um certo receio do que o futuro possa trazer mas a espectativa e vontade em repetir indefinidamente os momentos que acaba por passar faz com que viaje constantemente no tempo com harmoniosos mergulhos de sereia no oceano dos sonhos. Ela tem mãos quentes, que respiram emoção e uma terna energia. Ele tem um ár sério mas de reservado olhar dócil, uma expressão simpática e palerma que desvia constantemente os expressivos olhos que ela ostenta. Se as rugas formadas pelo sorriso fossem capazes de falar seriamos certamente presenteados com uma das maiores declarações de carinho de sempre. Não falam, limitam-se a aquecer a alma esfriada pelo vento cinzento e áspero presente na monotonia da vida. Os cabelos dela parecem um campo de milho em tempo de apanha, a cor amarela saudavel refracta pequenos pedaços de luz que lhe aclaram o rosto evidenciando o sorriso branco e rasgado. Ela fixa o rosa da boca, ele admira o encarnado das duas enchidas maçãs do rosto que lhe conferem uma apalhaçada, mas simpática imagem. Ela gosta de se fazer idiota, ele antecipa todas as suas jogadas reagindo sempre da mesma maneira, com um semicerrar de olhos e um respirar fundo, mais uma tentativa de parar o tempo, imortalizando o momento num infinito fechar de olhos. O corpo dela parece ser uma extensão do dele. Quando abraçados, fica dificil saber onde começa um e termina o outro, dá a sensação de que mãos, pés, braços foram pintados na mesma tela, com o mesmo pincel, num mesmo e ininterrupto movimento. Se me perguntassem o de onde vieram ou para onde vão, não vos saberia dizer. Se me perguntarem o que são e onde estão, então a resposta é fácil.

São um quadro de Monet erguido na sala Felicidade.

2008/04/14

Madeira...

-Balhau vais uma semana pra madeira!

-Bem se tem que ser, tem que ser!

Pois é uma semana aqui Funchal, a monitorizar o evento Pmate nas escolas secundárias. A minha única função é muito simples, consiste unicamente em apagar ou recuperar provas efectuadas, tarefa esta que se faz a partir de uma interface web muito simples. Vocês perguntam, e é só isso? Para muita "pena" minha, sim! Ah e só trabalho numa parte do dia, ou na parte da manhã, ou na de tarde, o que acaba por exigir um esforço extra da minha parte.

Já que falo no conceito estar em Funchal, aproveito também para falar um pouco sobre a minha vinda de avião, que por acaso foi a primeira. É triste, é preciso chegar aos 24 anos para, pela primeira vez, sair de Portugal e andar de avião, digamos que foi uma dupla desfloração. A malta, com quem estou a trabalhar aqui na Madeira. Tudo malta porreira. Duas miudas



(uma até já tem uma filha e tal) muito simpáticas e giras quanto baste, uma tem uns olhos que até parecem uns semáforos, os dois gajos são muito conversadores e dados à piada, um deles é de Celorico de Basto e outro de Braga. Qual é a probabilidade de vir encontrar na Madeira, no mesmo grupo de trabalho, dois gajos de origens comuns e de sotaque idêntico? Na verdade nenhum deles é madêrênse, falam todos com a boca bem aberta. Até agora o único senão tem sido mesmo o tempo, que para além de não permitir boas imagens fotográficas me tem impedido de sair de casa. Em termos de cidade o Funchal é aquilo a que eu chamo uma cidade normal, com o número normal de pessoas na rua por metro quadrado, com o número normal de densidade habitacional, no entanto a arquitectura da cidade é estranhamente diferente, digo estranhamente porque não consigo catalogar ou identificar qualquer tipo de estilo por outro lado são visíveis as diferenças presentes na estrutura dos edifícios. Ah devo dizer que um dos edifícios da Universidade da Madeira também está muito elegante. Infelizmente como passei a correr, numa tentativa falhada de fugir da chuva, não tive oportunidade de ver aquilo decentemente. Lembrei-me agora de um ponto interessante. Houve algum senhor, nalguma altura da história do Funchal que decidiu dar nomes deprimentes às ruas, temos por exemplo a rua das dificuldades



que quase cruza com a rua dos arrependidos,



eu confesso que ainda procurei o lugar do maniaco-depressivo e o parque aquele que chora, mas... em vão, provavelmente o senhor deixou a parte melancólica da vida dele e decidiu por fim a esta nomenclatura triste, talvez até foi ele o mentor da festa da flor, quem sabe? Ah ia-me esquecendo de uma parte importantíssima, as ruas! Quem vier para o Funchal tem que trazer, para além de guarda chuva, equipamento de escalada, porque os caminhos aqui ou são a subir muito ou então são quase verticais. Caso venham fazer uma visita à cidade (eu estou a gostar, e a vista aérea é muito bonita à noite) tentem ouvir um nativo da Madeira anunciar algo em inglês, depois digam-me o que acham. Ah... e já comprei o bolo de mel, e poncha para oferecer à famelga.

2008/04/06

Recortes

Onde andas tu? Às vezes procuro-te nas sombras do dia, outras vezes na claridade da noite. Pergunto a mim mesmo o que será de nós daqui a dez anos, o que será que estarei a fazer, o que estarás tu a fazer. No frenesim da noite escondo aquilo que sou debaixo de um sorriso volátil, sento frequentemente em bancos frios e sinto o ar que me envolve, é um sopro barulhento e com cheiro a cachorro, é um misto de alarido, um estilhaçar de recordações que me tira forças. O constante tic tac na nossa vida altera constantemente o rumo daquilo que temos, somos e pensamos. Eu gosto deste tic tac, dá-me esperança e força de viver. É bom saber que temos a possibilidade de acordar um dia e o nosso mundo mudar completamente. Gosto de sair contigo, de me rir durante horas a fio, de partilhar os poucos momentos que temos juntos com uma cumplicidade inevitável. É bom saber que vais estar sempre comigo, afinal de contas a gente já se conhece desde o quinto ano. Naquela altura ninguém suportava o nosso sotaque e acabávamos por andar sempre juntos. Os anos passaram e com ele vieram novas vivências, centenas de pessoas atravessaram os nossos caminhos, uns mais importantes outros menos, mas tu estiveste sempre presente, mesmo quando não estavas. Nunca depositei expectativas em ti e tu nunca paraste de me surpreender. Contigo as coisas foram sempre de uma facilidade incrível. Nunca foste hipócrita nem mimado e tens uma visão da vida minimamente realista, perspectiva essa que faz de ti uma pessoa humana, bastante compreensiva e fundamentalmente razoável. Tens uma imaginação incrível e satirizas tudo o que podes, mas preservas uma seriedade ímpar no que diz respeito aos valores fundamentais. A tua veracidade é unicamente igualada pela constante vontade de rir e fazer rir. Nos momentos menos bons da minha vida estiveste presente com a tua musicalidade típica. Os sons sempre foram boa companhia, mas em certas alturas tu conseguíste ser a única companhia melódica. Ao acordar de manhã lembro sempre recortes do meu passado, mas de todos os pedaços o único capaz de se repetir eternamente é o teu...

2008/04/02

Garrafa de água...

Muitos casais andam de mãos dadas. A maior parte das pessoas acha romântico, mas as suas personalidades ricas em pragmatismo e tendentes para o confortável dizem constantemente não a este cenário. É simplesmente incómodo e eles não eram propriamente um casal. Juntos formavam uma estranha simbiose, um sopro marujado de alegria. Ela sorri muitas vezes do nada, ele mergulha frequentemente numa surda melancolia, ela ri-se dele, da sua figura idiota quando deixa cair o sorriso do rosto dando lugar ao pesado ar de contemplação. Ele sente-se despido, sente o vento percorrer-lhe as entranhas, o pelo levanta em sinal de alerta e ele sente-se como que atravessado por um raio invisível e inofensivo que só existe para o alertar do que lhe vai dentro da caixa cardíaca. Sente o sangue, a pulsação e o declamar sôfrego do pensamento. A imaginação é, na maior parte das vezes o seu maior escape. Tem uma facilidade fantástica em criar pequenos mundos, preenchidos de minúsculos corpos brilhantes que enaltecem o brilhar da noite. Ela é atrevida, eufeministicamente diria que é uma melga barulhenta, na realidade é muito mais do que isso. Tem dias em que é uma autêntica abelha. Mas é autêntica. Não se importa em ser chata, nem desagradável. Ele gosta, admira a veracidade no olhar. Ele olha sempre nos olhos e vê o seu reflexo estampado na claridade das finas tiras claras que constituem a zona cilíndrica ocular. A imagem devolvida é de uma definição que tem tanto de assustador, como de meiga. Ele não sabe muito bem o que fazer, a única coisa que lhe devolve um pouco de concentração é a garrafa de água que segura na mão enquanto a sua alma sua...

I don't care (Apocalyptica)

I try to make it through my life
In my way
There's you
I try to make it through these lies
And that's all I do

Just don't deny it
Just don't deny it
And deal with it
Yeah deal with it
You tried to break me
You wanna break me
Bit by bit, that's just part of it

If you were dead or still alive,
I don't care,
I don't care,
And all the things you left behind
I don't care,
I don't care

I try to make you see my side
I always trying to stay in line
But you're all I see right through
That's all they do
Im getting tired of this shit
I got no room where is like this
But you ordered me just deal with it

Sooo...
If you were dead or still alive,
I don't care,
I don't care,
And all the things you left behind
I don't care,
I don't care

They're changing everything,
They're changing everything,
you won't be there for me
you won't be there for me

If you were dead or still alive,
I don't care,
I don't care,
And all the things you left behind
I don't care,
I don't care

If you were dead or still alive,
I don't care,
(I don't care)
I don't care,
(I don't care)
And all the things you left behind
I don't care,
you won't be there for me
I don't care
you won't be there for me
I don't care.....at all

2008/04/01

Geek com muita piada...

Metallica, Apocalyptica e Rio

Qual a probabilidade das minhas duas bandas favoritas actuarem em concerto no mesmo dia e praticamente seguidas? Nenhuma na verdade. Mas isso vai acontecer no próximo dia 5 de Junho em Lisboa no famoso Rock in Rio. Metallica e Apocalyptica irão fechar o tasco pra obras e na verdade o Rock in Rio podia acabar mesmo por ali. Podiam pegar em Ivetes Zangadas e afins meter tudo num contentor e enviar directo pra somália...
Eu vou e tu?
:D


Apoca, grande Apoca

Pudimpédia

É inegável a importância que a wikipedia desempenha na disseminação do conhecimento. Apesar de carecer de rigor científico e não ser 100% confiável, é uma fonte de informação muito útil, que se mostra bastante eficaz na resolução de pequenas dúvidas, consultas rápidas, enfim é o canivete suiço da pequena dúvida. Para muitos a wikipédia é o "conhecimento" numa página. Para outros um infinito poço de inspiração cómica, inspiração essa que toma corpo em PudimPedia. Uma base de dados incrível de pura utopia, um mundo paralelo ao nosso onde a imaginação é a única razão pela qual os artigos lá se mantém. Convido todos vocês a uma visita, não guiada, que vos oriente mundos mágicos de pura javardice...
Há coisas fantásticas não há?

2008/03/30

Who's your daddy?

Post musical. Avisam-se os mais sensíveis para possíveis danos psicológicos. Para quem não sabe o significado de PCR, é favor visitar a WikiFantasticaPedia. Mas para quê? Para maior deleite e compreensão do que se sucede, enjoy it.



P.S-- Isto foi-me gentilmente cedido pela entidade divina: Ego

2008/03/27

Dingo...



Eu tive dois cães (ainda tenho um) cujo nome era Dingo! O nome veio pelo primeiro dos cães se assemelhar bastante a este tipo de lobo. Qual foi o meu espanto quando descobri que este nome também é utilzado por uma ferramenta informatica
Dingo
Acho que vou mudar o nome ao cão...

2008/03/25

Fome

Trazes força misturada nessa intempérie
Cravas os dentes na vontade
Nas paredes baças do desassossego
Pouca justiça, pesado adrego
Vens devagar mas chegas cedo
És feia e bruta, cheiras a medo
Desertas a força que os levanta
Deixas nos olhos o peso do mundo
Censurada aos olhos do mesmo
Contratada pelos ricos
Forçado pacto hipócrita
No Vaticano és pecado
E tens lá uma certa origem
És visível, mas todos fingem
Não querem ver a luz que brilha
No ocular do ser faminto
A ferrugem na sua alegria.
Olhem para ver que não vos minto.
Digam não à teimosia
Ao prazer imediato
Ao regozijar fútil e fraco
Conduta que vaticina
Essa ávida força miserável
Realidade condenável.
Sê feliz na tua sombra
Goza a amenidade a intermédia
Ser muito é forçar o pouco
É abrir a porta desta comédia…

Penetração...

É sabida a generalizada frustração sexual de muitos informáticos, pobres almas que se sentam à frente do computador a ver a vida passar enquanto desenvolvem uma enorme pança diminuindo o nível de sex appeal e probabilidade de efectuar práticas sexuais com o sexo oposto. Há bem pouco tempo tomamos conhecimento da existência de medidas para combater este flagelo. A maior até agora toma nome de Penetration Testers. É um centro de aprendizagem e desenvolvimento de tecnicas de engate. A não perder, numa sexshop perto de si...

2008/03/21

Mãe és querida...

A maior parte de vocês deve estar a pensar que confundi o recente dia do pai com o distante dia da mãe, bem eu pensei, mas não isto é mesmo propositado. É dado adquirido o exacerbado carinho que temos pelos membros da nossa família e muito em particular pelas nossas mães. Neste sentido decidi alertar para o ridículo e lembrar que episódios como o que se segue não ajudam a fomentar o estatuto de mãe. Não pela letra que remete para a estagnação mental das pessoas que presenciam tal espectáculo mas pelos penteados e tiques ranhosos que estes senhores protagonizam sem atender a danos psicológicos causados. Ah gostava também de conhecer o "camarada man" responsável pela filmagem tinha interesse em alerta-lo para o facto de que fios à frente dos "cantores" não é coisa que caia muito bem. Ou vai daí até cai.

2008/03/19

Ele, ela...

Ele gosta da cor matinal, do gradiente alegre formado pelo acordar do sol. Ela gosta do cheiro taciturno da noite, do sabor a sombrio. Ele gosta de ouvir o som das gaivotas pela manhã, da brisa do mar. Ela gosta do barulho mudo do por do sol à beira mar, gosta da cor cinza das nuvens. Eles gostam, vivem e divertem mundos diferentes. O olhar dos dois é igual. Um misto de alegria com meiguice traquina. Ele gosta de a ver sorrir de lhe provocar irritação. Ela gosta de caminhar sozinha e de lhe tocar na mão. Juntos quase nunca estão. Ele é meio calado, vive num mundo só seu e fecha com frequência a porta a esse seu paraíso privado. Ela é um hino à parvoíce e vive numa infinidade de mundos diferentes. Ele gosta de andar em tronco nu e calções, detesta gravatas. Ela gosta de andar descalça e tem pavor a constipações. Ela veste os boxers dele, ele veste as meias dela. Juntos quase nunca estão. Ele gosta de contrastes, gosta de ouvir musica clássica seguida de um ruidoso som metal. Ela gosta da homogeneidade dos decibeis, aprecia baladas, a continuidade alegre no hip hop. Ele gosta de correr, saltar, partir o corpo em bocados só para ter a sensação de vida, gosta de sentir o sangue voar alucinado nas veias e o bater pesado do coração. Ela gosta de dormir sozinha, de viajar no universo dos sonhos e de acordar preguiçosa. Ele gosta de pés e mãos. Ela gosta de ombros e olhos. Ele gosta de ler. Ela gosta de ver. Juntos quase nunca estão. Ele gosta dela, ela gosta dele.

2008/03/13

Piropos à trolha.... Para que a arte nao caia em desgraça...

Piropos de Trolha:

> 1. Com um cu desses estás convidada para cagar em minha casa!
> 2. A tua mãe só pode ser uma ostra para cuspir uma pérola como tu!
> 3. Só queria que fosses uma pastilha elástica para te comer o dia todo.
> 4. Tens um cu que parece uma cebola! É de comer e chorar por mais!
> 5. Oh boa, com um cú desses deves cagar bombons!
> 6. És como um helicóptero: gira e boa!
> 7. Um dia pensei levar-te no meu coração.Mas depois topei que era muita
> areia para o meu camião...
> 8. Usas cuecas TMN? É que tens um rabinho que é um mimo!
> 9. Que belas pernas! A que horas abrem?
> 10. Ó Fevera! Junta-te aqui à brasa!
> 11. Ó joia! Anda aqui ao ourives.
> 12. Ó linda, sobe-me à palmeira e lambe-me os cocos...
> 13. Sabes onde ficava bem essa tua roupa? Toda amarrotada no chão do meu
> quarto...
> 14. Acreditas em amor à primeira vista; ou tenho que passar por aqui mais
> uma vez?
> 15. Contigo filha, era até ao osso!
> 16. Quem me dera que fosses um frango para te pôr um pau no cú e fazer-te
> suar...
> 17. Quem me dera que fosses um carrossel para te montar o dia todo por 100
> paus...
> 18. Não és nada má! Já tive pior e a pagar!
> 19. Oh boa! Aposto que hoje é o teu dia de anos... Não queres vir cá
> soprar
> na vela?
> 20. Oh boa! Até te fazia um vestidinho de saliva!
> 21. Quem me dera ser um barco pirata para ir descobrir o teu tesouro!
> 22. Andas na tropa?!... É QUE JÁ MARCHAVAS!
> 23. Sobe aqui ao andaime, que eu já estou com ele montado!
> 24. Ó filha anda cá que o pai unta-te!
> 25. Tanta carne e eu em jejum...
> 26. Gorda como estás vê-se logo que nao suas muito...
> 27. Se o teu cu fosse uma torrada tinha de barrar a manteiga com um remo!
> 28. Contigo... era até achar petróleo!
> 29. És católica?... É que tens umas mamas, valha-me Deus!
> 30. Posso não ser bonito como o Brad Pitt, nem ter os músculos d o
> Scwarzenegger, mas a lamber sou uma Lassie...
> 31. Se é verdade que somos o que comemos, eu amanhã podia ser tu!
> 32. Come to me, que eu como-te a ti...
> 33. Com uma montra dessas... imagino como é que é o armazém!
> 34. Olha, queres ir lá a casa para ouvir música? Se depois não gostares da
música, podes vestir-te e ir embora !!
< 55(aurora) - com uma bilha dessas, até eu ia à fonte!

(É para tirares umas ideias ;)

Seu maconheiro... seu merda...

2008/03/08

Dia do insólito

Se eu pudesse escolher como ser perseguído, escolhia ser alvo de uma obsessão sexual de uma rapariga fogosa de 20, 22 anos, talvez morena de cabelos loiros encaracolados. Infelizmente não posso. Chatice. Em contrapartida tenho sido alvo de uma perseguição constante por parte do senhor insólito. É verdade. A situação estranha insiste em palmilhar o terreno por onde passo. Sou uma pessoa normal como muitas outras. Quem me conhece sabe que não sou dotado de poderes paranormais nem sou capaz de prever o destino num período de dois minutos (ver o filme Next) no entanto a frequência com que me vejo no meio de cenários astronomicamente parvos é somente igualada pela futilidade das novelas da tvi. Encontro-me na estação de autocarros do Porto, na Paços Manuel. Para quem não tá a ver é aquela javardice perto do restaurante Abadia, ora cá está um restaurante com um belo nome, só pelo nome já dá para imaginar o cenário. Um bando de gordos a regojizar o almoço de duas horas à base de fritos e diversa cozinha do tipo engorda. À entrada um drogado mendiga moedas com um olho fechado e o outro em regresso de uma viagem recente. Ao fundo da estrada encontramos dois funcionários de estacionamento a operar sobre viaturas de alta cilindrada. Enfim, um cenário acolhedor. Saco do telemóvel e reparo que a minha mãe me tentara telefonar, dirijo-me naturalmente à cabine telefónica que se encontra dentro da estação, insiro duas moedas, perfazendo um total de 40 cêntimos, (a vida tá cara) e reparo que o aparelho mecânico electrónico não está com vontade de proceder ao seu funcionamento habitual. Sou de uma maneira habilidosa e educada roubado pela PT. Como sou uma pessoa normal não acho grande piada ao facto de ser assaltado de uma forma tão flagrante como esta. É incrível as vezes que estas máquinas não funcionam, a mim parece-me muito conveniente. É estranho ela não fazer como aquelas maquinas de casino e dar um valente jackpot. Já que tem a fantástica capacidade de se enganar podia tirar férias e converter o engano em favor do cidadão. Mas não, coitadinha da máquina. Volta e meia este aparelho de furto especializado lembra-se e desencadeia a táctica mensal de colecta de fundos. Depois não admira que a PT venha com anúncios fantásticos na TV. Dirijo-me ao funcionário da Rodonorte e peço-lhe muito educadamente que coloque um aviso na máquina para que a colecta de fundos desta semana não seja de grandes lucros para a PT. A resposta foi simples e efectiva, a maquina é da PT não é nossa, não somos nós que temos de por avisos. Deu a resposta e riu-se como se estivesse a falar com alguém possuidor de uma doença mental limitadora do arquitectar de raciocínios de índole básica. Eu com toda a tranquilidade de quem acabara de ser roubado retribuo o sorriso com um seco, pois claro não é vossa, assim como o dinheiro também não é vosso... ele fica a olhar pra mim. Curioso nesta altura já não se riu. Balbuciou umas quaisquer palavras de uma maneira rude às quais eu respondi com um cínico sorriso. Nesta altura entendi o ditado quem ri por ultimo ri melhor. Eu gostava de saber os paradigmas segundo os quais são efectuados os cálculos mentais destas aves de rapina. Se eu estivesse a cagar em cima da cabine telefónica será que ele me iria dizer alguma coisa? Ou será que iria sorrir e dizer olhe se precisar de papel pra limpar o cu é na segunda à direita.? E se eu me peidasse ao passar por ele e lhe dissesse de uma maneira educadamente cínica, ah este arroz de marisco deixa-me o cu que nem uma sapateira... Depois sorria acrescentando o que vale é que o ar é de todos... Que é que ele dizia?
Sentei-me na esperança de momentos mais sossegados e um pouco mais sanes. Pouco depois reparei que tinha pedido demais. Uma velhota falava na minha direcção, gesticulava com uma maneira particularmente serena, sorria de uma maneira assíncrona e tornava-se verdadeiramente assustadora quando intercalava os sorrisos com silêncios espaçados e alterações de humor abruptas. Eu aproveitei os headphones, o leitor de mp3 e decidi aumentar o volume até não ouvir quaisquer vestígios de palavras loucas. Seria agora que o sossego iria chegar? Pois está claro que não. Um fiscal de rua (aka drogado) veio ter comigo inquirindo sobre possibilidade de ser presenteado com uma moedinha. Dirigi-se nos seguintes modos, pxi ou? Tás a oubir? Eu olho para ele e rosno um mal disposto sim? Ele olha com olhar vago e diz arranja-me uma moeda! Eu ainda fiquei em dúvida se ele estava a gozar, mas pouco depois reparei que ele estava mesmo a dar ordens. Eu não aguentei e respondi-lhe no meio de uma risada parva e sonora, pois tá claro! Ele ficou meio alucinado a olhar pra mim e voltou com um então a moeda? Eu olhei para ele sem dizer nada e esperei que ele continuasse a vida dele. Ele virou o olhar, agiu como se nada fosse voltando-se pra velhota que me vizinhava dizendo. Arranja-me uma moedinha? Eu ri-me. Afinal o gajo aprende rápido. Afinal havia mesmo de lhe ter dado a moeda, o rapaz merecia. Quanto mais não seja pela lição de funcionamento da psique humana. Sagacidade a esta gente não falta. E se não estou enganado as moedas também não devem ser assim tão escassas...
Acho que por hoje é tudo.

Lords da dança





:D

2008/03/07

Under the Gun -- The Killers :D

She's got her halo and wings
Hidden under his eyes
But she's an angel for sure
She just can't stop telling lies
But it's too late for his love
Already caught in a trap
His angel's kiss was a joke
And she is not coming back

Because heaven sends and heaven takes
Crashing cars in his brain
Keep him tied to a dream
And only she can set him free
And then he says to me

Kill me now, kill me now, kill me now, kill me now
Kill me now, kill me now, kill me now, kill me now

Yeah she's got a criminal mind
He's got a reason to pray
His life is under the gun
He's got to hold every day

Now he just wants to wake up
Yeah, just to prove it's a dream
Cause she's an angel for sure
But that remains to be seen

Because heaven sends and heaven takes
Crashing cars in his brain
Keep him tied to a dream
And only she can set him free
And then he says to me

Kill me now, kill me now, kill me now, kill me now
Kill me now, kill me now, kill me now, kill me now

Stupid on the streets of London
James Dean in the rain
Without her it's not the same
but it's alright

Because heaven sends and heaven takes
Crashing cars in his brain
Keep him tied up to a dream
And only she can set him free
And then he says to me

Kill me now, kill me now, kill me now, kill me now
Kill me now, kill me now, kill me now, kill me now
Again and again

2008/03/05

Sinos, detestas sinos...



Sinos? Ela nunca gostou de sinos. Não tolera nada daquilo que estas pequenas peças de corpo metálico representam. Vê no ecoar severo uma rotina autoritária, um chamamento obrigatório. Ela sempre foi uma amante da imprevisibilidade. Abraçou desde cedo peito alegre do desconhecido. Foi sempre fiel a si mesma. Possui um terno sorriso, um falar dinâmico, parece que para ela é sempre sexta feira, fala com uma alegria contagiante e não hesita um momento para reflectir nos mundos paralelos do que poderia ou não deixar de ser. Tem mãos harmoniosas, talhadas de um castanho escuro lavado. Espelha no andar a determinação e força de espírito que a caracteriza. À falta de melhores adjectivos posso dizer que ela é diferente. Ostenta em si uma luz que esconde um pequeno mas definido brilho. Os olhos confundem-se com a banalidade do amanhecer, mas tem a ternura de um fim de tarde solareiro. É teimosa como uma criança birrenta. Às vezes consegue ser um bocado irritante e chata, mas é-o sempre com uma elegância e naturalidade que a torna encantadora. Acima de tudo é feliz. Partilha com amigos e o mundo em geral aquilo que mais lhe aquece a alma e tem por hábito sorrir com os olhos. Não respeita a falsa virtude da linguagem e liberta as emoções na vulgaridade do calão. À primeira vista ficamos com impressão de se tratar de alguém com má formação, com o passar do tempo reparamos que toda a agressividade, rudeza presente nas palavras que respira não são mais que uma forma de gritar com o mundo. Não é um ser revoltado, mas a sua intempestividade é mais que visivel. Vive rodeada de amigos, raramente se encontra sozinha e quando isso acontece refugia-se na companhia fiel do leitor de mp3. Ao falar a curta distância posso reparar no seu cheiro reconfortante, é uma fragrância que desconheço e não consigo descrever com grande exactidão, é um odor de razoabilidade, desperta no olfato uma sensação harmoniosamente agradável, é um cheiro incisivo. Tem a pele macia, de um agradável toque. O sorriso é um hino à geometria, parece respeitar todas as regras de simetria, os dentes de marfim alegram o mais cabisbaixo transeunte. É de uma bondade impressionante, não hesista em estender o braço. É desconfiada e exagera na quantidade de perguntas quando se perde em algum assunto. Os lábios preenchem um perfeito gradiente entre o castanho da pele e o rosa da parte interna da boca. Tem uma lingua lasciva e utiliza-a frequentemente em sinal de provocação. Mas não gosta de sinos, não gosta da previsibilidade nem acredita no destino. No entanto acredita no para sempre, acredita na existência de um testo para cada panela e a cima de tudo acredita em mim e limita-se a sorrir de forma aparvalhada ao meu olhar perdidamente fixo. Já disse que não gosta de sinos, nem da previsibilidade? Não gosta da musicalidade clerical, mas gosta de mim...

2008/02/29

Hino aos Trolhas

Frases, expressões manifestações de amor diversas. Todo o sentimentalismo, romantismo calor da fêvera proveniente do mundo dos andaimes...

"Ohh jeitosa.. tens ums olhilnhos.. que que.... fodia-te esse cu todo"

"Pxi ó boa, anda subir aqui ao andaime que já tou com ele montado..."

"Mulher não vale nada, até o pobre tem uma.."

"Para evitar filhos, fode com a cunhada - só nascem sobrinhos."

"Mulher é igual a pão de forma: Quadrada, casca dura, miolo mole e se não comer logo, mofa."

"Nem todas mulheres se realizam no fogão. Muitas só encontram a felicidade no tanque."

Este post surgiu de uma conversa profunda, tipica de casa de banho com, o excelentissimo Maurício...
Obrigado rapaz. O que era de mim sem ti...

2008/02/28

A nossa musicalidade

O dia estava revestido de um cinza triste. O sol parecia ter-se zangado com os mortais para se vingar decidiu não aparecer naquele dia. Quando os dias se vestem com uma roupa triste, como era caso, a única solução passa pela aplicação de maquilhagem musical. O mp3 é sempre uma aprazível solução...

No, I don't wanna fall in love (This world is only gonna break your heart)
No, I don't wanna fall in love (This world is only gonna break your heart)
With you


-Olha olha. Não me acredito que também ouves Him. Adoro a música Wicked Game.
-Quem te disse que isto é Him? Chama-se Chris Isaak e é uma reinterpretação de um dos
maiores sucessos da Ágata. És uma ignorante.
-Sim claro. Já me esquecia que aqui o entendido em música fatela és tu!
-Presumo que fatela seja o equivalente ao rasca mas dito por uma betinha de cascais certo?
-Mas uma betinha muito bonita certo? Uma betinha que tu não te importavas nada de...
como é que vocês dizem mesmo? Ah já sei... Uma betinha boa para afiambrar. Vocês gajos são todos iguais.
-Cabreiros queres tu dizer?
-Cabreiros? Que é isso!
-Não sabes o que quer dizer cabreiro? O teu grau de betice atinge níveis inimagináveis.
-Continuo à espera...
-Bem ser cabreiro é possuir a fantástica arte do maçarro.
-Maçarro? Então? Estás a gozar com a minha cara certo?
-Presumo que não saibas o que quer dizer maçarro...
-Pois, devia?
-Claro que devias, como é que queres entender a profundidade dos diálogos nortenhos se nem sequer conheces o dialecto base? Gajas...
-I'm waiting...
-Ser maçarro é ser rude, desprovido de elegância, azeiteiro no pior sentido da palavra.
-Ah ainda bem que nos entendemos. Que música é essa que tens no mp3?
-Quê, não me digas que não conheces isto.
-Sim conheço sei a letra de cor,

-...Então seguirei meu coração, até o fim
Pra saber se é amor
Magoarei mesmo assim, mesmo sem querer
Pra saber se é amor
Eu estarei mais feliz mesmo morrendo de dor (yeah)
Pra saber se é amor, se é amor...


-Então pah? A ouvir J Quest? Não tens vergonha. Musiquinha de senhora?
-Vocês gajas não estão sempre a dizer que nós gajos somos uns insensíveis? Pois então? Isto é só para ajudar a desenvolver o meu lado feminino.
-Por este andar ainda te vou ver a ouvir Tony Carreira.
-Não minha querida não sou assim tão perfeito. A minha personalidade molda-se, é verdade, mas há limites para tudo...
-É mesmo verdade?
-Verdade?
-Que eras capaz de magoar só para saber se é amor?
Ela ri-se com ar cúmplice.
-Claro que era. Ontem quando saíste ainda pensei em dar-te com a cadeira nas costas
Ela ri-se de uma maneira compulsivamente idiota.
-Pois. É a sorte que tenho. Ou cagam para a minha existência ou dão-me com cadeiras
e mobília diversa.
-Cagam para a tua existência. Em português existe a palavra indiferença. Hás-de experimentar usa-la.
-Olha que lata, fala o gajo que só diz caralhadas!
-Ora essa. Quanta revolta. Caralhadas? E isso são lá maneiras de falar? Logo tu
que até andaste nos escuteiros. Devias ter vergonha.
-Olha-me este gajo a gozar com a minha cara. Vou ter de aturar as bocas dos escuteiros durante a vida inteira?
-Ora essa claro que não... só enquanto eu for vivo.
-Foda-se que sorte a minha.
-Tens a certeza que desististe dos escuteiros? Eu acho que foste expulsa por síndroma de Tourette.
-Vou fazer de conta que não ouvi. Por falar em ouvir que merda é essa que tá a bombar nesse
teu mp3 maricas?

-...This is the way you left me
I'm not pretending
No hope, no love, no glory
No happy ending...


-Mika!? És gay! Só podes ser gay!
-Porquê tu não ouves Mika?
-Sim mas eu sou gaja.
-Ah claro, não tinha reparado!
-Isso é uma boca por ter as mamas pequenas?
-Não tenho nada contra as tuas mamas. Alias até as acho bastante interessantes. Se
as tuas mamas falassem acho que seriam bem mais educadas que tu.
-Olha mas que merda, tas com uma moral do caralho. Passas a vida a dizer merda e agora tás com umas fitas merdosas.
-Parabéns.
-Parbéns porquê?
-Atingiste um novo record de palavrões numa só frase.
-Irritas-me
-Eu sei. E é tão divertido não é?
-É...

2008/02/25

Saindo da gruta

Cova, lapa, furna. O que lhe queiram chamar. Para mim é somente um sítio escuro onde a gente se refugia sempre que precisa de momentos de maior intimidade. Ela também tem uma gruta só para ela. Visita-a mais vezes do que eu. Parece constantemente aluada, olha de uma forma evasiva, prolonga o olhar no vácuo por escassos segundos que acabam sempre com um gosto interminável. É bonita. Tem um sorriso parvo e olhar meigo. Não veste roupas parvas nem pinta a cara. É de um vulgar encantador. Tem um brilho característico, uma reflexo distinto da alma. Tem estatura mediana e o corpo revestido por uma matiz de claro castanho. Os cabelos brilham com uma intensidade alegre. Não sei se o tratamento tem origem em herbal essences mas o efeito é igualmente inebriante. A voz embebeda o mais rígido pensar. O mais básico cálculo mental torna-se num desafio hercúleo. Na sua presença o sistema nervoso é alvo de mini ataques, parece ser bombardeado por pequenos rebentamentos nucleares no centro de cada uma das células que o definem. Robustez, valentia, transformam-se a uma velocidade gelatinosa num tremendo feixe de nada. É extremamente irritante. Ao tentar expulsar o marasmo que o habita, refugiando-se nos seus mais secretos mundos, dá por si abrindo as portas cardíacas. No meio do pânico que se apoderou de todo o seu mecanismo humano ele sorri. De uma forma aparvalhadamente denunciada. Ela fita-o com olhos atentos, as sobrancelhas reflectem a certeza de que algo se passa. Rastreia as mãos trémulas e sorri. Finge-se despercebida, diverte-se com a vulnerabilidade declarada. O suor fino que rasteja sobre a pela nervosa denuncia o seu olhar atrapalhado. Farto do silêncio ensurdecedor que cada vez mais o amarrava a si mesmo ele lá acaba por proferir as primeiras palavras. Apesar do pensamento trémulo a voz fluiu com uma serenidade contraditória.
-Pões-me nervoso. Sinto-me como que se estivesse prestes a fazer um exame à próstata.
Ela ri-se, fita as suas mãos, já mais calmas dizendo
-Bem desde que me vejas como uma médica simpática, não vejo problema nenhum. Já agora, tens mesmo de imaginar um exame à próstata!?
Ele sorri, sente-se parvo.
-Pois, agora que já conheces as minhas fantasias sexuais já podemos ser verdadeiros amigos...
Ela dá uma gargalhada e olha-o de uma maneira extremamente divertida. A resposta que lhe dera tinha tanto de cómica como de evasiva.
-Confessa lá estás nervoso por minha causa!
-Não, achas? Só estou assim porque hoje é o meu primeiro dia nas aulas de ballet.
-Ah claro, ballet. Como é que não me lembrei disso. Logo tu que tens uma predilecção por danças.
-Estás a ver como tu me conheces?! O que era de mim sem ti?
-Bem talvez sem mim a tua t-shirt ainda estivesse seca.
-És convencida sabias?
-É assim que tratas quem te faz suar?
Ele riu-se do que ela acabara de dizer. Interpreta a palavra suar da forma mais lasciva possível. Apesar do seu subconsciente ser tudo menos libidinoso o carácter menos sério na conversa ajuda-o a serenar.
-Pois sim, suava minha querida. Nem sabes tu quanto.
-Claro que sei, suavas como um trolha ao sol. Tipo cantoneiro enquanto limpa as bordas da estrada.
-É bom saber que me vês como um trolha, de cerveja na mão. Já agora nesse teu edílico mundo eu também mando as típicas bocas?
-Não, no meu mundo tu és um mudo surdo que sua por todos os lados.
-Ah. Sempre tão querida. Se não fosse homossexual dava-te um beijo.
-Tu só não me dás um beijo porque eu te faço suar.
Ele estremesse por dentro, mas oculta o terror que sente com um riso enganador e mais uma saída insólita.
-Sabes muito bem que só suo porque o teu pai tem um talho e imagino-te constantemente de cutelo na mão a dizer quer lombo ou costeleta?
Ela ri-se compulsivamente, os olhos brilham e o sorriso espelha a alegria com um misto de desconcerto.
-Pois tinha-me esquecido das minhas origens. Estou a ver que nem o facto de estar a finalizar o curso de advocacia te faz esquecer a minha infância de carniceira.
-Nunca me vou esquecer dessa tua faceta. Não imaginas como és sexy de toucinho na mão.
Ela ri-se de novo. Ele finge ter falado sério. O frio, o nervo miudinho e o tremer generalizado tinha acabado por se dissipar por entre cada frase parva que tivera pronunciado até então.
Toca a campainha a aula chama-se ciências sociais.
Ela levanta-se deixando que os seus olhos se arrastem num movimento vagaroso. Ele permanece impávido imaginando esta despedida breve em forma de ósculo estrelar...

2008/02/24

In the wind...




How many roads must a man walk down,
Before you call him a man?
How many seas must a white dove sail,
Before she sleeps in the sand?
How many times must cannonballs fly,
Before they're forever banned?

The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind

How many years can a mountain exist,
Before it's washed to the seas
How many years can some people exist,
Before they're allowed to be free?
How many times can a man turn his head,
Pretend that he just doesn't see?

The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.

Yes and how many times must a man look up,
Before he can see the sky?
Yes and how many ears must one man have,
Before he can hear people cry?
Yes and how many deaths will it take till he knows
That too many people have died?

The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind

Bob Dylan

2008/02/19

Caseirices...

Ficam aqui algumas fotos das aventuras alucinantes que se praticam na casa Fernandes.
A primeira fase da missão: A base das pizzas.



Fase dois: A parte em que a gente dá cabo delas.

A missão seguinte chama-se:
Assado de Domingo, a pior das missões


Missão Pãozinho da Mãe:



Atenção. Estas missões foram feitas por pessoal especializado. Gente que pratica durante anos a fio. Os treinos são duros e somente ao alcance de uma elite. Be aware, this is not kid stuff.
Fica aqui a cara da minha irmã quando se lembra do assado da mamã:

2008/02/18

A verdadeira febra...

Lady Orbita


Brevemente com mais duas companhias...
:D

2008/02/11

Passeio de domingo

Ela costuma olha para o tom tom de uma maneira um bocado aparvalhada. Fixa o pequeno monitor e parece tentar antecipar as viragens do boneco. Não faria mais sentido ela olhar para mim? Afinal de contas sou eu quem vai a conduzir. Às vezes rio-me do olhar parvo dela. Quase sempre sabe que a estou a observar. Faz de conta, espera pacientemente que eu desista de olhar para ela. A maior parte das vezes consegue. Mas quando desiste da pose despercebida fica com um sorriso estúpido. Aquela alegria de puto a quem roubaram o carrinho de brincar (se calhar deveria comparar com a barbie e ken). Os passeiso de domingo são incrivelmente originais. O carro é conduzido à vez e a missão consiste em surpreender o outro. Confesso que a maior parte das vezes me surpreendo a mim mesmo. O poder da aleatoriedade é verdadeiramente fascinante. Acabamos sempre por descobrir cenários novos. De todo o tipo. Cenários edílicos, pinturas de pobreza extrema, áreas de pura luxúria, o extremo do banal, enfim é tudo diferente. As coisas são sempre diferentes. Se passarmos cem vezes pela mesma rua iremos ver cem novos pormenores. O verdadeiro segredo consiste em andar desperto. É importante mantermos uma filosofia relaxada. Os nossos passeios de domingo são os nossos momentos Zen. Não quero com isto dizer que passemos este dia numa pasmaceira constante. Muito pelo contrário. A maior parte das vezes gozamos com a cara um do outro. A brincadeira só para quando um de nós se lembra de usar a lei da força para acalmar os ânimos. As conversas parecem não ter fim. O culminar de um assunto acaba sempre por criar dez novos temas de conversa. Há quem diga que isto é a definição de alma gémea. Eu discordo. O conceito gémeo é estupidamente redutor. O verdadeiro interesse está na diferença, A heterogeneidade que nos complementa, alimenta e deixa felizes. Quando penso nos nossos pontos em comum não vejo nada que se destaque, nada suficientemente notório que me faça dizer, realmente esta gaja é exactamente como eu. Ainda bem que é assim. Tenho tanto para descobrir (defeitos principalmente). Isso deixa-me feliz. É bom saber que o acordar de amanhã será diferente do deitar de hoje. A nossa vida é uma viagem, passeio este que se torna muito mais colorido quando acompanhado por pessoas vivas e radiantes. Onde ia eu? Ah sim o passeio de Domingo. Não é que a gente passe a semana inteira à espera do Domingo (isto seria muito triste) mas este dia é diferente. Não sei se por termos o tempo inteiramente ao nosso dispor, se pela tranquilidade generalizada tipica de fim de semana, se por um outro motivo qualquer mas a verdade é que é diferente. Muito diferente. Hoje é um dia diferente, é quarta feira. Mas para nós foi um autêntico dia de Domingo. Ela não teve aulas e o meu chefe deu-me o dia para tratar da queda que tive ontem. Passei o dia dentro de casa, alternando sofá com mesa de almoço. Ela foi à piscina de manhã. Eu limitei-me a ver a chuva cair. Na televisão passava algo puramente desinteressante, eu olhava para a o ecrãn fixando a mente no movimento dos pássaros. Acordo e dou de caras com o Claudio Ramos acompanhado das suas estúpidas verborreias. Apago a televisão. Levanto-me com algum custo e dirijo-me à janela que lacrimeja finas tiras de água. O dia é feio e escuro, na escuridão eu vejo o sol e na intrínseca cor brutesca eu imagino as braçadas que dás na piscina. Pelas horas deves estar mesmo para acabar o treino. O que eu dava para estar dentro de água. Em vez disso puxo pela imaginação. Desligo os sentidos e fixo a minha atenção unicamente no monótono som da chuva. A porta abre-se e tu apareces com os cabelos molhados, as maçãs do rosto com um vermelho vivo e um sorriso radiante. Eu olho meio que envergonhado e mostro o petisco que tivera preparado. A comida estava um ranço, esqueço-me sempre do sal. Felizmente a tua fome era maior que a minha falta de jeito para a cozinha. A refeição foi um suceder de caretas com risos compulsivos. Às três da tarde estavamos os dois a lanchar, na verdade este foi o verdadeiro almoço. Desta vez não houve caretas, só risos parvos....

Regresso à infância