2007/08/30

Sopro de Maresia


A vontade de sair não era muita, confesso. Estava num daqueles dias em que o marasmo parecia tudo fazer por ser ele a determinar os meus passos. Se a vontade de sair era pouca, a de obedecer à inércia era ainda mais pequena. Se tenho alguma certeza é a de que parado não vou a lado nenhum, a não ser, numa hipótese muito remota, que a empregada do gás me apareça em casa com uma vasilha e insista em ser ela a colocar a botija no devido lugar, curvando-se naturalmente sobre o fogão. Tirando estas hipóteses obviamente utópicas, era certo que ficar enclausurado entre quatro paredes fastidiosas não prometia garantir um fim de dia interessante. Saí com a bicicleta sobre o ombro, trazia comigo um sorriso idiota, provavelmente devido ao facto de me imaginar a dar uma preciosa ajuda à menina do gás. Acedi o pátio do prédio e saltei rápido para cima do selim, pedalei nos momentos iniciais com toda a força que tinha. Gosto de me sentir vivo, gosto de sentir os músculos trabalhar, sentir a mecânica dos pequenos discos dentados que se entrelaçam na corrente e fazem mover monocordicamente a roda, num movimento relaxante. Após alguns minutos o batimento cardíaco lá se adaptou à respiração e dei por mim a apreciar o sussurrar do vento, ouvi o zumbido do pneu no asfalto que me acalmou, como se me tentasse adormecer. Em vão, a cada pedalada que fiz aproximei a mão da brisa sobre todo o meu corpo e foi-me devolvido um novo despertar, lembrei imediatamente que estava ali por alguma razão. Tive de andar para a frente, sempre o mais rápido possível, é nas subidas que sentimos a voz da gravidade a dizer não, sabia que não podia desistir, abrandar só me atrasava a chegada ao destino e eu dirigia-me para o mar. Percorri o leito da estrada e serpenteei sobre os obstáculos. A subida acabou por ser ultrapassada, é sempre a mesma sensação, senti a pressão arterial a descer, as pernas mantiveram o movimento, a tentação de acelerar para ganhar velocidade na descida é grande mas eu não podia perder a oportunidade de esticar as costas e abraçar a vida de braços abertos, semicerrando os olhos ao mesmo tempo que esboçava um sorriso de alívio. Sabia que breve iria parar, já não restavam muitos metros a percorrer, talvez uns 600. Não gosto de parar bruscamente, era hora de abrandar o coração, nesta altura lembro sempre o desacelerar dos comboios, passado alguns segundos deixei a força do atrito servir de travão. Acabei de chegar. Senti, como sempre, o coração a falar comigo, agradeceu-me por o ter levado a passear pelo mundo da novidade. O passeio, no entanto, não terminou com o desmontar a bicicleta. Tinha mais um surpresa preparada, não pelo facto dele fazer anos, somente porque sim, dei por mim a caminhar sobre a areia do mar, levei o veículo à mão arrastando as rodas vagarosamente sobre a areia que se moldou propositadamente para nos dificultar o movimento, o coração bateu de alegria. Já não faltavam muitos metros para pousar a bicicleta. Cheguei. Tirei a mochila que trazia com água, tirei as sapatilhas, t-shirt, fechei os olhos e tentei engolir todo o ar húmido que me circundava. O bater de alegria foi, progressivamente, dando lugar a um sono pesado. O meu coração adormeceu, eu mergulhei em mim e beijei o rebentar das águas com os pés, o irrequieto músculo cardíaco deu novamente sinais de vida, a temperatura teimava em acorda-lo, no entanto, o sono era cada vez maior. Caminhei um pouco mais em direcção ao mar e acabei, passado algum tempo, por mergulhar nas águas turvas, acordei definitivamente para a vida num banho de emoções, lavando a mente e corpo num refresco de sensações e adormeci a alma sobre o borbulhar da água salgada.

2007/08/28

Viagens mais Baratas em Aveiro

Farto de andar a pé!?
Eu sim!
Farto de ter o rabo sentado durante todo o dia?

Eu sim!

Gosta de ver o por do sol na praia e não como o fazer?
Eu sim!
Tem bicicleta!?

Agora, sim!

2007/08/23

Férias - Quinta Feira

Eis que chegamos ao último dia de praia, quinta feira. Como era o último a missão consistiu em aproveitar todo o tempo que tinhamos disponível para mergulhar nas águas serenas e repousar o corpo na toalha. O dia em si teve muito pouco a relatar, mas como tudo na vida há sempre algo que vale a pena lembrar. O primeiro episódio a referir passa por enunciar um novo modo de fumar cigarros. Toda a gente sabe que o tabaco faz mal à saude, provocando doenças cancerígenas a nível pulmunar. Com isto em mente o capitão Simão lembrou-se de uma maneira muito prática de evitar este tipo de doenças. Como? Muito simples, fumando pelo umbigo,

segundo cientistas americanos esta nova modalidade não só evita cancro do pulmão como também transforma toda a carne que comamos em carne fumada. Por exemplo se comerem febras de porco e fumarem pelo umbigo durante a digestão a febera sofrerá alterações dando lugar a uma fatia de presunto fumado alentejano.
Saltando imediata e abruptamente para um outro assunto que em nada tem a ver com o até aquí referido, deixem-me que vos fale das rochas que se elevam em armação de pêra. Provavelmente haverão muitos mais cenários pelo Algarve fora, muitas praias terão o mesmo tipo de arquitetura natural, no entanto acho que vale a pena mostrar algumas imagens que consegui captar graças à maré extremamente baixa que se fez notar durante o período da tarde,

deixando agora de lado a vertente rochosa da praia e saltando para a parte mais biológica da coisa gostava de partilhar (não da melhor forma é verdade) convosco o melhor animal que consegui encontrar no habitat em questão, (a moça de bikini azul, deitada na toalha azul)

trata-se de um espécime de beleza rara que captou por completo as minhas atenções, de uma morfologia bastante bem definida e nobre porte, este bicho representa na (minha) perfeição o que de melhor a raça humana nos pode dar, como características principais a notar temos as exóticas e eloquentes feições do rosto, o nivel de curvatura de ancas e a perfeita harmonia entre cor de pele e tonificação dos quadríceps e zona abdominal, devo referir que a entidade em questão caminhava de uma maneira extremamente tranquila respirando uma aura superior que acabava por influênciar todo o ambiente em seu redor, em suma este animal despertou em mim toda a parte selvagem, confesso que passei horas de puro sofrimento, a vontade de copular manifestava-se vigorosamente e tive que recorrer aos mais complexos e avançados mecanismos para me conseguir libertar da exagerada produção de testosterona. Passei um mau bocado é verdade...
Deixando agora a parte animal de parte, passemos à parte final deste ultimo dia de campismo em armação de pera. Para despedida decidimos ir comer fora, (gajos ricos, cheios de dinheiro é no que dá) como somos pessoas muito originais fomos jantar ao restaurante do ano passado, aquele pertinho da HP (help stores, para quem nao conhece), antes de sairmos do acampamento como não tinhamos grandes pressas e porque o pessoal se despachou a tomar os longos e relaxantes banhos de chap chap, decidimos eternizar estas férias com uma fotografia de grupo,



reparem só como eu encaixo na perfeição entre estes dois casais, não apetece logo chamar-me vela?Não? E castiçal!?
No final de comer fizemos o percurso não menos habitual, que consistiu num longo e repousante passeio pelo centro animado da cidade, o ambiente era puramente tranquilo, estavamos todos bem dispostos, (pudera de barriga cheia sem ter de cozinhar e lavar pratos quem não está?) e a palhaçada reinou.


A minha irmã passou metade do caminho com o lenço verde à cabeça, talvez a tentar imitar aquela personagem que foi capa da National Geographic, (acho que sabem de quem falo, reparem que dei um “toque” aos olhos para servir de pista). Após a vertente revisteira veio a parte da foto escada, o que a gente sofreu para conseguir tirar uma foto em que apareciamos os três. Isto foi o melhor que se conseguiu (onde estão os olhos e nariz do Simão? e eu apareço no meio para dar maior enfase à minha missão de vela/candeeiro/castiçal).

No caminho de regresso passamos ainda por um restaurante, mas não um qualquer, este tinha algo mais, tinha o major. E quem consegue ficar indiferente ao major? Parece que o Simão não.




O dia terminou com um regresso muito rápido ao parque e com um ainda mais acelerado fechar de olhos depois do fechar da tenda.

2007/08/21

Férias-Terça Feira

Neste quarto dia de férias decidimos vir cedo para a praia. Dormir no chão de uma tenda é sempre um desafio interessante, para além do acentuado desconforto, difere da cama pelo alternativo acordar, normalmente quando repousamos numa cama tradicional o abrir os olhos é um processo lento e há sempre aquela vontade de rebolar um pouco mais nos lençois, toda esta realidade deixa de existir no conceito dormir em tenda. Em primeiro lugar não há lençois, temos um saco cama e dormimos tipo salsicha, o colchão é substituido por uma tira fina de esponja que nos faz sentir toda a textura do chão, principalmente a de origem rochosa, é portanto natural que a vontade de rebolar na tenda deixe de existir e dê lugar a uma vontade imensa de acabar o resto do sono na areia da praia. Aliado a este facto surge também a condição, exposição ao sol. É sabido que quer eu, quer a minha irmã sofremos de uma patologia rara, apanhamos escaldões com uma frequência assustadora, facto este que nos força a tomar medidas de prevenção, uma delas consiste em definir muito bem o horário de exposição ao sol. Para resolver o problema de optimização não muito linear que tem como função objectivo maximizar o tempo de praia e como condições restritivas as funções objectivo de minimização de escaldões, somos obrigados a ir cedo para a praia. Matemáticas e problemas de logística demais à parte passemos à fase da descrição da missão. O campo de batalha possuia a seguinte configuração inicial,

ou seja, relativamente vazia. A água como estamos a falar da costa algarvia apresentava-se como de habitual com ondas de cerca de 10 a 20 cm. Andei as férias todas para entender o que estes senhores pescavam, no entanto não cheguei a conclusão nenhuma porque os tristes não sacavam nada do mar a não ser algas,



a parte da manhã consistiu num constante alternar entre a água fresca e a toalha quente, nada de importante a reportar, a não ser o facto de se começar a tornar visível os maus hábitos alimentares e alto nivel de sedentarismo, eu que estava com ideias de ver uns corpos bem esculturais dou por mim numa praia cheia de banha, se fosse de porco ainda dava para fazer uns refogados, mas infelizmente nem para isso servia. Eu não pedia para ver assim nada de especial, mas confesso que não sou muito adepto de corpos onde a a barriga dobra sobre a cueca do bikini. Não é bem a minha definição de, já nem digo sexy, saudável. Um conselho para rapazes e principalmente raparigas, levantem os cus das cadeiras, deixem a porcaria do msn e corram um bocadito, andem de bike, mas façam alguma coisa, gordura não é definitivamente formosura.Após esta profunda análise à actual situação da saúde da população portuguesa veio a hora do almoço. No regresso ao parque passamos pelo centro da cidade aproveitando para saborear um pouco da sombra gerada pelas elegantes palmeiras que adornam o beira mar da cidade.


Após algum tempo gasto na viagem e também na compra dos ingredientes necessários para o almoço chegamos ao centro de operações, algum tempo depois o private Simão chega até nós radiante da vida, tinha encontrado o seu santo grall da bebida, a prometida coca cola, (isso Simão bebe veneno, faz-te bem faz...)



Depois de reunido todo o pelotão de assalto foi tempo de atacar o almoço.


O período da tarde não teve nada de interessante que valha a pena registar, o tempo foi gasto na habitual rotina de guerra entre a toalha, as raquetes e a água. Houve ainda tempo para tirar fotos a calhaus.



A parte nocturna das operações teve bastante mais interesse, o recém promovido a capitan Simão ficou visivelmente maltratado no ultimo ataque efectuado no campo de guerra e teve que ser assistido pela beautiful nurse Joana.



Após a necessária intervenção cirúrgica foi tempo de preparar o assalto nocturno, tomamos a cidade de uma forma rápida e eficiente, fomos bastante sigilosos e precavidos. A meio da operação trocamos os equipamentos para entrar em modo stealth, o nosso objectivo era passar por civis, para conseguirmos atacar o coração do inimigo, para tal adquirimos os trajes da região.

Depois de estarmos todos camuflados passamos à fase seguinte, reconhecimento do campo e recursos do inimigo, eu consegui detectar um dos snippers disfarçados na zona,

mais à frente a sergeant Juliana identificou o centro de contra espionagem do inimigo, e todos os seus recursos científicos e técnicas de pintura de camuflagem,

Durante a investigação efectuada no terreno foi possivel reparar em mensagens e tácticas de guerra passadas secretamente em placares de publicidade, aquí podemos ver uma mensagem de ataque a ser emitida,



A mensagem descodificada era a seguinte
Coronel Marxão, o pelotão New Ice desloca-se através da zona dos Pan Cakes.
Mais à frente encontramos um registo de guerra igualmente codificado,

Desta vez a mensagem dizia o seguinte:

O pelotão identificado é especialista em ataques urbanos e está sobre ordens da organização dos Mexiloes, presidida pelo general Spaguetti.

Felizmente estavamos a salvo, porque na verdade nos fazemos parte do grupo Gambas, presidido pelo general Curry e na verdade estavamos a caminho da zona norte, mais propriamente na área da panasqueira,

A missão terminou quando finalmente encontramos todos os planos de guerra dos próximos 10 meses contidos num dos dossiers secretos, disfarçado inteligentemente de jornal farpas,


A aventura continua...


2007/08/20

Férias-Segunda

No terceiro dia de férias a gente decidiu abordar uma nova aventura. Aqui na minha terrinha natal existe um parque aquático que eu nunca visitei, tive que vir até ao Algarve para o fazer. Confesso que inicialmente não estava muito interessado, a ideia de correr na praia e a possibilidade de jogar raquetes na areia são sempre bons argumentos mas apesar do desinteresse inicial devo dizer que a experiência foi bastante agradável. Em primeiro lugar as dimensões do parque superaram em muito as minhas expectativas, tinha uma grande variedade de eventos aquáticos quase todos eles bastante porreiros, o único senão era mesmo o tempo de espera nas filas e o facto do almoço ter sido à base de sandes. A primeira diversão a ser visitada foi esta,


a sensação da descida era bastante agradável a única desvantagem era o facto de se levar com grandes litros de água na cara durante o movimento, eu até meio ainda tentei levar o olho aberto, mas depois acabei por desistir.
De seguida dirigi-me ao outro ponto do parque para experimentar um outro tipo de evento,



apesar deste bicho parecer uma única ferramenta de diversão, na verdade isto é um vasto conjunto de passatempos aquáticos. Os nomes dos trajectos são um pouco aparvalhados mas também é verdade que são sugestivos, principalmente o percurso minhoca.
Com tinha dito o parque não prezava pelo tempo de espera nas filas de cada uma diversão era portanto de esperar que no final de algumas descidas neste bicho enrolado chegasse a hora do almoço (que foi feita por volta das 2 horas da tarde).
O manjar foi feito, como já tinha dito, à base de sandes. A sobremesa consistiu em fruta tradicional (laranjas e bananas) com pães de leite a acompanhar,

Após ter eliminado 10% da fome que trazia foi hora de usufruir do melhor serviço do parque. Digo o melhor porque era aquele que nos fazia sentir o coração nas mãos. Devo admitir que a ideia de o fazer logo a seguir ao almoço não foi a melhor, mas como pouco comi a diferença não era muita.


Como eu adorei a sensação causada por este básico mecanismo que nos proporcionava uma força de descida bastante elevada (F=mg*sin(70)) repeti o processo mais algumas vezes.
Em termos de diversão isto foi o mais significativo de registo, no entanto há ainda alguns pontos interessantes a referir. O jantar consistiu numa salada, que me assustou inicialmente pela qualidade light do serviço, no entanto confesso que foi suficiente para matar a fome, e acima de tudo bastante saudável que é, como sempre, o essencial.


Para além do jantar de fruta tivemos o privilégio de assistir a um concerto brasileiro. Os senhores eram do tipo musical pau para toda a obra os gajos cantavam tudo, desde quim barreiros, agata, metallica, madredeus (esqueçam metallica e madredeus),


como a gente não era muito adepta deste tipo de ruido aproveitamos para sair do parque e passear um bocado, durante o percurso tivemos o prazer de observar um novo tipo de serviço de massagem, massagem facia, deve ser uma nova vertente da massgem facial, provavelmente só inclui metade da face, quem sabe a parte mais exposta ao sol.

Após analizarmos este serviço e termos decidido não querer saber em que este consistia decidimos regressar à base de operações e decidir o novo alvo a atacar no dia seguinte...


2007/08/19

Férias

Este nosso primeiro dia resumiu-se a uma só missão. Fazer quilómetros. Eu mais a minha sagrada irmã arrancamos de amarante no autocarro das 10 horas e chegamos a lisboa por volta das tres da tarde, depois foi só o tempo de ir a casa do senhor Simão pousar algumas tralhas e partimos de novo, desta vez em direcção à costa alentejana. Inicialmente tinhamos em mente acampar em Vila Nova de Mil Fontes, mas o nosso plano saiu furado. O parque que era previsto servir de repouso durante uma semana estava ocupado e os restantes eram uma tristeza. Passamos um primeiro dia num dos parques de campismo que lá havia, que estava cheio de gente e não parecia ter as condições minimas exigidas. Não houve nada de interesse a registar a não ser o jantar que fizemos lá na vila num restaurante pequenito. O Simão fartou-se de lutar pelo direito à ultima fatia dum bolo de bolacha e no final quando teve o direito à tão suada fatia reparou que ainda existia um outro bolo, o mais engraçado é que o senhor Helder que nada fez para merecer a suculenta receita de chocolate e bolacha teve uma fatia que era praticamente o dobro da do senhor Simão. Foi pena nao termos a maquina fotográfica connosco porque a cara de desilusão do rapaz era assustadora.
No dia seguinte arrumamos as tralhas

e saímos o mais rapidamente possível daquele antro. Fomos visitar outros parque de campismo mas o cenário não se apresentava nada risonho. Foi neste ambiente de desilusão/frustração/cansados_de_andar_de_um_lado_pro_outro que decidimos partir em direcção a um lugar bem mais familiar, Armação de Pera. Pois fomos parar ao mesmo sítio do ano passado. Mas desta vez o cenário era substancialmente diferente, o parque de campismo onde ficamos foi o de canelas,



um pouco mais longe da praia, mas nada que assustasse o espírito aventureiro da malta, na verdade não foi muito o espírito porque a maior parte das vezes o trajecto foi feito de jipe, pormenores.
Depois de chegarmos ao acampamento veio a parte interessante de proceder à instalação das infraestruturas necessárias à sobrevivencia da comunidade. Nesta parte da missão podemos ver o senhor Helder a encher o colchão que foi utilizado para evitar lesões graves na espinha dorsal como também impedir o mau acordar e a existência de dores de cabeça matinais devido ao mau acondicionamento do corpo.


Escusado será dizer que as minhas condições eram bem mais minimalistas, razão pela qual era sempre o ultimo a adormecer e o primeiro a acordar, mas também sejamos honestos as férias são para tudo menos para dormir.
Depois de tudo instalado, tendas montadas, colchões cheios, barriga cheia, e outras coisas mais, foi hora de ir para a tão esperada praia. Mal chegamos à zona balnear a primeira coisa que fizemos foi correr em direcção à água. Eu ainda tentei afogar o namorado da minha irmã sem ela ver, mas a operação não correu como esperava,

ele sobreviveu. Felizmente não ficou totalmente inpune, os traumas causados pela violencia com que lhe fiz bater a cabeça na água foram tais que o pobre rapaz ficou senil. Ficou de tal maneira deficiente que chegou ao ponto de se vestir desta maneira,

felizmente o rapaz acabou por recuperar dos traumas e passado algum tempo voltou a vestir as roupas habituais.
Na seguinte foto podemos ver algo bastante interessante,


a gaja de bikini amarelo, que tinha uma curvatura de ancas digna de registo.
Mais missões a reportar brevemente...

2007/08/12

Voando sozinho...

Nunca tiveram a sensação de estarem no meio de um filme de ficção!? Aposto que todos vós já viveu uma ou outra expriência menos habitual e digna de registo. Às vezes dá mesmo a sensação que somos especiais pelo simples facto de andarmos cá. Não é bom andar ao sabor do vento? Chegar a casa e repousar na cama o corpo cansado. Levantar num fim de semana com uma mochila e sair para um sitio qualquer, sem destino, sem saber onde pra onde vai nem com quem, na maior parte das vezes voltando sozinho acompanhando somente o sorriso que trás na alma. A felicidade ser, de não pensar em mais nada. Não é bom andar de cabeça levantada, com o sentimento de dever cumprido, sorrir a cada vulto que passa, e olhar para trás com a certeza que tudo o que fizemos era aquilo que deviamos ter feito? Há alguma coisa que valha mais do que a cumplicidade de um abraço amigo? Que o sorriso malandro partilhado por um amigo no final de uma brincadeira mazinha? Haverá alguma coisa mais importante do que a vontade de viver? Do que a vontade de ser feliz sozinho? Até à bem pouco tempo achei que sim. Confesso-me um pouco inocente. Tentei moldar a minha vida em função de uma realidade maior. Quis ser feliz mas não sozinho, achei que tinha encontrado uma alma gémea e tentei moldar a minha vida à dela. Esqueci-me do sabor do vento na cara ao subir a serra de bicicleta. Deixei de lado o prazer de viver pra mim. Deixei de pensar em mim, passei a pensar no mundo, no que fazer pra tornar o mundo melhor, era feliz e queria fazer feliz os outros. Estarei errado em pensar desta forma!? Serei eu uma pessoa chata pelo simples facto da minha conversa não inserir piadas foleiras e críticas ilegítimas? Serei culpado por não me conseguir rir ao ver que o mundo que criara se estava a destruir à minha frente!? Serei eu um "cona" por causa disso? Detesto novelas, sempre detestei. Nunca achei piada nenhuma ao facto de meia duzia de actores se acharem capazes de representar um sentimento, valor, sensação única que vulgarmente designamos por "amor". Não consigo achar piada a actrizes porque as vejo despidas de qualquer significado. Não é o conceito sexo que procuro. Estarei errado em pensar assim? Estarei errado em tentar entender tudo o que se passa à minha volta? Será que sou o único que luta por compreender os amigos em vez de os aceitar. Como é que podemos aceitar o que não entendemos? Faz algum sentido isto? Durante muito tempo eu pus em questão tudo isto, o meu mundo foi um completo caos. Senti-me perdido, sozinho e procurei encontrar o meu lugar no mundo do outro alguém que se fazia acompanhar nos meus guias de vida. Ha aqui alguém que me explique o que está de errado em tudo isto? Não merecerei eu respeito enquanto pessoa? Confesso que me senti em queda livre, em direcção a um poço de dor, rebolei vezes sem conta pelos braços da tristeza. Para quê? Para ser visto como um "cona". Eu não sou um coitadinho, bom da fita, até porque aqui não há fita, é tudo digital, mas fui sempre sincero. Disse sempre o que me ia na alma, para quê? A primeira vontade é sempre de partir tudo o que está à nossa volta, é uma maneira primitiva de reagir é verdade, mas o que é que vocês fazem quando são atacados!? Reagem indiferentemente? Acho que não, e ainda bem que assim é. O meu pai repetia vezes sem conta que quem não sente não é filho de boa gente. A gente sente sempre, quando aquilo que sente é verdadeiro. Falta de vontade de viver? Sim confesso que me senti muitas vezes abatido triste e deprimido, porque me fechei num mundo sozinho, rejeitei partilhar a dor com amigos, irmã, mãe, colegas, tudo porque te respeitava e admirava. Eu nunca me adaptei à vida. Sempre lutei por aquilo que tive, sempre vivi cada instante como se fosse o último, dei sempre mais de mim do que aquilo que deram por mim. Eu sou feliz assim, não quero nem vou mudar. Gosto da minha excentricidade, de calçar um sapato de cada cor e ir assim para a universidade. Gosto de ajudar as pessoas e sentir que sou importante para elas, gosto de me rir com toda a gente, gosto de brincar e dizer palavrões, gosto de disparatar a meio das conversas. Gosto de roubar um sorriso a um amigo um conhecido ou a um empregado de balcão. Gosto de andar a pé, gosto de ultrapassar dificuldades, subir serras e descer, respirar o ar denso vindo com cheiro a eucalipto. Gosto de caminhar à noite sozinho, apreciar o brilho cansado que surge periódicamente pelos raios emitidos de um poste de luz. Não, não sou chato! Pelo menos não vejo isso no sorriso das pessoas com quem falo que lidam comigo todos os dias. Sou diferente, como todos nós somos. Tenho sonhos e vou lutar por eles, como sempre o fiz. Tentei uma unica vez adaptar-me, tentei encaixar-me no mundo de alguém e fui tratado como um verme. Não vou deixar que isto se repita. Ninguém tem o direito de brincar com os sentimentos das outras pessoas. Nunca o fiz, nem nunca o farei. Estou no presente momento a respirar a luz que o sol insiste em trazer até mim e é por essa luz que me guiarei pelo resto dos meus dias.

2007/08/11

Aventura Medieval

Bem o dia começou cedo e com uma vontade de acordar maior que a do habitual. É sempre assim quando sabemos que no dia seguinte entramos de férias. O dia de trabalho correu dentro dos tramites habituais, o que teve realmente piada foi a aventura iniciada no final do horário laboral. Por volta das 8 horas estavamos dentro da arena medieval de Santa Maria da Feira. As lutas de cães, galos, pardais e "morcegos" duram durante cerca de uma semana e eu nunca tinha tido o privilégio de me aventurar por estas andanças. O cenário à entrada (à minha entrada obviamente dentro de muitas possíveis) era este

A primeira coisa que me aconteceu foi ser abordado por uma miuda que andava a pedir para efeitos de "caridade" cá para mim ia apanhar a bebedeira mal chegasse aos 50 euros, estava com azar porque eu so tinha 1 euro em moedas de 10 e 20 centimos, a miuda agradeceu à mesma o facto de eu lhe ter enchido a mão com cascalho no fim perguntou-me o nome e dizendo que precisava dele para apontar algures, eu respondi com um Marcelino Pielas e fiquei a observar a cara de espantada da moça, dei meia volta e continuei a andar enquanto ouvia o riso surdo que ela tentava evitar, afinal de contas quem é que se chama Marcelino Pielas, e teve sorte, podia ser pior.
Passados alguns metros tive a certeza de estar na festa certa, a probabilidade de existirem duas festanças com equipamentos de guerra medievais era praticamente nula,

O ponto seguinte da missão consistia em encontrar a prometida do caro amigo Marco, esperamos durante alguns curtos minutos numa espécie de cruzamento medieval onde vimos de tudo, desde bruxas que liam as mãos até bobos da corte que passavam com ar de espantado, na verdade espantado fiquei eu, a quantidade de miudas giras que andavam por lá era qualquer coisa de fora do vugar. Devo dizer que afinal gajas boas não é em Ermesinde é mais em Santa Maria da Feira. Poderá ser eventualmente uma ilusão causada pelos trajes medievais, teoria defendo com pouca convicção. Após o reencontro de famílias descemos a cidade em direcção ao Castelo que não chegamos a visitar, ainda bem porque pagava-se e eu ando em contenções de gastos. Pelo caminho passamos por uma igreja que tinha à sua frente uma escadaria que me captou as atenções por alguns, breves muito breves momentos,

porque ainda andava com olho numa ou noutra vassala do rei. Depois de visitadas algumas lojas, umas com produtos medievais outras menos medievais acabei por encontrar duas beldades da época,

tive pena de não ficar com o número de telemovel, ou melhor com a direcção do nobre que mandava nelas, porque estas miudas eram realmente interessantes. Como na altura disse ao caro Marco eram a minha cara metade, sim porque com os golpes que elas tinham na fronha já só metade da cara se aproveitava, e metade dos dentes também, em suma eram miúdas do meu estilo, sinto que era muito mais feliz na altura em que o chão era coberto a poias de merda de cavalo (aka epoca medieval).
Depois deste breve momento de romance medieval foi hora de aproveitar para atestar com a marmita. Hora de porco no espeto,


devo dizer que as sandes com carne de porco que comi foram das melhores que já provei. Não sei se era consequência da fome e da vontade de comer, mas que o raio do porco estava um espeto de sabor ah lá isso estava. A única coisa que não soube tão bem foi esperar nas filas para comprar as senhas, mas valeu a pena.
Depois das panças cheias foi hora de voltar a atacar a feira medieval e conhecer mais do que esta nos podia proporcionar. Dirigimo-nos em direcção a um campo semi relvado semi matagal e encontramos a tenda montada,

mais à frente existia um local onde se podia andar a cavalo e uma exposição de aves de rapina. No entanto o que mais me fascinou foi o bowlingmalha, que viria a dar origem aos dois jogos actuais do bowling e da malha, na altura só me saiam piadas que acabavam sempre por incluir objectos fálicos, ainda não entendi bem porque, a mente do ser humano é uma coisa muito estranha. Depois de apreciar a maneira como a miuda segurava os vários paus que acabavam por tombar sempre que lhes eram arremessadas as bolas (aos paus claro), dirigi-me de novo para o centro das operações medievais, ao chegar ao centro medieval fomos presenteados com um caloroso show, confesso que ainda não entendi a porcaria ingerida por senhores, mas devo dizer que fede pra burro. É um verdete, que deus me livre. Acabado o show e desanuviado o cheirete a combustivel fomos visitar mais umas tendas, desta vez confesso que valeu a pena, primeiro porque me lembrei imediatamente dos tempos da primaria ao ver estes belos piões, depois porque me lembrei dos tempos que passava em casa do meu avó e as vezes que a minha avó acendia fogueiras para assar sardinhas à custa deste mecanismo que era exactamente igual ao dos meus antepassados, descobri ainda o motivo por não haver corridas de carros tipo formula 1 na altura. Afinal não era por falta de pistas, porque com as rodas de pau os carros andavam por todo o lado, era mais por causa da maneira como eles enchiam os pneus, demorava muito tempo, no final fiquei super descansado, os pés estavam-me a começar a doer por causa do calçado, mas eu estava salvo, ainda haviam sapatilhas das boas à venda pra mim,


Acabadas as tendas com ninharias arrancamos em direcção à igreja que vos mostrei no inicio desta viagem. O cenário tinha-se, entretanto, modificado por completo, se no inicio existiam algumas personagens medievais, com o cair da noite elas sairam todas de casa. Ao subir uma das ruas da cidade encontrei um bando de cantores de 10 categoria que insistiam em aumentar o nível de ruido



após ultrapassado o sofrimento causado pelo excesso de agudos criado por este grupo de gansos cantantes, foi hora de encontrar as empregadas do rei. Eu não discrimino ninguém, nem classes sociais, e tentei ao máximo mergulhar no espírito vassalo. Aliás eu aproximei-me o máximo que pude nunca pensei sentir-me vassalo desta maneira