2007/09/13

Passeio à beira mar


O dia convidava a um repousante serão encostado a uma almofada, uma daquelas alturas em que a nossa casa se apresenta como o melhor local a visitar. Estava um daqueles dias feios como tudo, as nuvens respiravam um ar pesado, o ambiente apresentava-se extremamente húmido e a temperatura encontrava-se estupidamente elevada. Apesar do cenário se revelar um dos mais feios do ano não me apetecia ficar em casa à espera que a noite viesse para me embalar em sonhos. Senti que apesar do calor que se fazia sentir, do aspecto feio do céu e da extrema luminosidade que me irritava os olhos, fazer uma viagem até à beira mar seria bastante gratificante. Nunca tinha visto o mar num dia tão feio como este. Como seria o rebentar das ondas na areia branca quando o sol não ilumina o suficiente para que esta brilhe como um infinito aglomerado de microscópicos corpos estrelares? Como seria o aspecto do largo manto de água à superfície? Será que aquele efeito espelhado que nos faz mergulhar em sonhos se consegue notar com estas condições adversas do clima? Sempre tive curiosidade em olhar para o mar revolto, em sentir a sua raiva, em imaginar naufrágios de marinheiros, lutas épicas entre o capitão gancho e o capitão Iglo. Cenários totalmente utópicos vindos directamente de um dos meus muitos mundos imaginários. Lembro a sensação estranhamente acolhedora. O movimento constante e bailarino do mar tentando o penetrar por entre o corpo fértil da areia é como uma espécie de sorriso no meio da cara grave e triste que o céu se encarrega de pintar. Recordo o pisar a areia, o sentir aquele refrescar meigo da água nos pés cansados, imagino a sensação de sentar e fechar os olhos, sentir a brisa do mar e inspirar o som dos búzios ausentes, imaginar mil contos de fadas, navegar em busca do tesouro como se fosse um Jack Sparrow a comandar um fantástico navio fantasma. Abro os olhos e caio de novo na realidade, encontro-me outra vez perante o dia feio e triste mas trago comigo a luz e a cor, os sonhos e sensações, o navio mágico e a alma de pirata, tudo isto pintado num sorriso alegre e livre de criança…

3 comentários:

Anónimo disse...

É uma das vantagens que tem o mar. Leva os nossos pensamentos até bem longe, liberta a nossa mente e num segundo coloca-nos num lugar agradável por nós imaginado.
O mar é sempre um bom lugar para se dar um passeio, para nos fazer abstrair das nuvens negras do tempo ou mesmo as que se atravessam na nossa vida. Quando se encontra calmo transmite-nos a sua paz mas quando está revolto enche-nos de energia o rebentar forte das suas ondas. É lindo, imponente e faz maravilhas à nossa alma. Quem verdadeiramente o respeita e admira, encontra poucos lugares onde se possa obter tanta tranquilidade e paz.

Adorei esta tua pequena dissertação sobre o mar. É também um dos meus lugares favoritos.

Anónimo disse...

o mar faz bem à sinusite ... o mar dá jeito para arejar os colhões ... o mar é fixe para arejar ... o mar é fixe ... desde que a gente o saiba respeitar :)

Balhau disse...

Carla: Pois eu realmente gosto muito de mar, por razões obvias. Obrigado pelo comentário. Não estou a ver quem sejas "carla" mas obrigado pelo salto aqui ao blog.

Anonimo: Simplesmente genial o teu comentário. Para além de não te identificares acabas por não dizer nada. Acabaste por passar a mensagem mais vazia de todo o sempre. Que é que o anónimo disse!? Bem basicamente assertou o seguint: "...", profundo...
Outra coisa, gostava que os anónimos fizessem o seguinte, em vez de anónimo ponham antes qualquer coisa como "anónimo A" ou "anónimo B" para ir identificando os anónimos que se encontram entre o anónimo. Ok!? Obrigado de qualquer das maneiras.

Vilela: Faz bem à sinusite sim! Quanto ao arejar os colhões isso já é algo que me transcende, sempre que preciso de o fazer baixo simplesmente os boxers e abro a janela. É verdade que os vizinhos s e queixam, mas eu em minha casa faço o que quero. Tão mas que é isto? Já não posso arejar os tomates quando me apetece!?
Sim o mar é fixe, e sim eu respeito o mar. Falo sempre baixinho em tom de sussurro para ele não se revoltar comigo.

Obrigado pelos comments, malta!
Fiquem mal e porcamente!